Terça-feira, 03 de maio de 2016.
Um carroceiro do Distrito Federal foi preso neste domingo (1º) por
suspeita de abusar sexualmente da filha dos 9 aos 21 anos e das netas, que
supostamente também são filhas dele. Questionado na delegacia, Edilson Pereira
de Castro, morador de uma invasão na Estrutural, negou os crimes.
Segundo
o delegado de Proteção à Criança e ao Adolescente, Wisllei Salomão, a polícia
teve conhecimento do caso em 2012 após netas do suspeito, de 56 anos, terem
apresentado “comportamento sexualizado”, em um abrigo onde aguardavam adoção.
Pelo menos uma neta relatou a situação de abuso, aos 6 anos. Duas crianças já
foram adotadas.
Pai de
11 filhos e avô de 6 netos, o preso tem duas passagens pela Lei Maria da Penha,
responde por tentativas de roubo e homicídio e já foi preso por maus tratos a
animais. De acordo com a polícia, ele tem comportamento agressivo, batia nos
filhos e netos e os obrigava a trabalhar desde pequenos.
“Ele
praticava os atos quando estava sozinho com as vítimas, quando não tinha
ninguém na casa. As crianças não souberam estabelecer as intensidades, os
locais. Os abusos foram cessados só quando as crianças foram abrigadas, o que
dispersou a família”, disse o delegado.
Para
ele, o fato é “chocante” e raramente visto na delegacia. “O autor impunha medo
aos filhos e aos netos. A filha relatou já ter sido ameaçada de morte pelo pai
e disse que só não contou para a mãe os abusos que sofreu porque tinha medo de
retaliações”, afirmou. “Ela só criou coragem quando soube que a filha tinha
sido abusada.”
Edilson
de Castro relatou ter “muita gente” querendo acusá-lo. “Meu filho quis me matar
porque eu não fui visitar ele na prisão”, contou. Castro não disse a razão pelo
qual um dos filhos dele está preso. Ele não quis responder se os netos são de
fato filho dele.
Prisão
A prisão
preventiva ocorreu em uma feira de Vicente Pires após a polícia receber
informações de que o homem frequentava o local aos domingos.
Os
investigadores vão pedir à Justiça autorização para realizar exames de DNA em
duas netas do homem (a que teria sido abusada desde os 6 anos e outra que teria
sofrido os atos desde os 4). A polícia também trabalha com a possibilidade de
outras crianças da mesma família também terem sido vítimas.
Se
condenado por estupro de vulnerável em ambiente familiar, ele pode pegar de 8 a
15 anos de prisão para cada vítima.
G1