Domingo, 29 de maio de 2016.
Um homem foi detido na manhã deste sábado
(28) durante uma operação da Polícia Militar por suspeita de envolvimento no
caso de estupro coletivo denunciado por uma jovem de 16 anos. Desde às 7h, a
ação acontecia na comunidade São José Operário, na Praça Seca, Zona Oeste do
Rio.
De acordo com a PM, a operação tem como objetivo checar uma
denúncia sobre o envolvimento do homem no episódio de abuso sexual que teria
sido cometido por 33 homens. O suspeito foi encaminhado para a delegacia para
prestar esclarecimentos. Além disso, os 70 policiais que participam da operação
apreenderam drogas e dois carros roubados. Na sexta,a polícia localizou o
imóvel onde a jovem teria sido vítima dos abusos na comunidade. No local a
polícia apreendeu roupas e material usado para a endolação de drogas.
Neste sábado, a advogada da jovem disse que vai pedir a
substituição do delegado que está investigando o caso, Alessandro Thiers, da
Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). Segundo Eloísa Samy,
durante o novo depoimento da jovem na noite de sexta (27), o delegado deixou a
menor se sentindo acuada.
“Havia três homens no ambiente e o delegado, ainda por cima,
fez a pergunta se ela tinha hábito de fazer sexo em grupo”, afirmou Eloísa. A
advogada disse que a família da menina está com medo e que quer proteção
policial. De acordo com ela, a secretaria de Assistência Social ainda não fez
nenhum tipo de contato com a família da menor. Em nota, a DRCI afirmou que a
investigação é conduzida de forma técnica e imparcial e esclareceu que a
investigação do caso tem sido feita de forma integrada pelas duas delegacias
especializadas - DRCI e Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) -
para realizar apuração do crime.
“A DRCI informou que durante a oitiva da vítima ela confirmou
que sofreu o estupro e, lhe foi perguntado se tinha conhecimento que havia um
outro vídeo sendo divulgado em mídias sociais em que ela apareceria mantendo
relações sexuais com homens, conforme relato de uma testemunha. A vítima
informou que desconhece o vídeo e que não é verdadeiro. A mãe da vítima
acompanhou todo o depoimento, sendo que, em determinado momento, houve
discordância entre a advogada e o desejo da mãe da vítima. Por esta razão a
oitiva da mãe foi feita sem a presença da advogada”, diz a nota.
Jovem assume ter divulgado vídeo
Na noite desta sexta-feira (27) um jovem que diz ser responsável pela divulgação, na internet, das imagens da adolescente. Identificado como Raí de Souza, o rapaz, de 22 anos, não estava entre os suspeitos identificados até então pela polícia como envolvidos no caso.
Na noite desta sexta-feira (27) um jovem que diz ser responsável pela divulgação, na internet, das imagens da adolescente. Identificado como Raí de Souza, o rapaz, de 22 anos, não estava entre os suspeitos identificados até então pela polícia como envolvidos no caso.
Raí compareceu à Cidade da Polícia juntamente com Lucas
Perdomo Duarte Santos, de 20 anos, jogador de futebol que a adolescente disse à
polícia ser seu namorado e com quem ela teria saído na noite anterior ao
ocorrido. Segundo o delegado, Lucas negou namorar a garota e Raí foi quem
assumiu ter tido relações sexuais com ela.
O advogado que representa Lucas, Eduardo Antunes, também
negou que tenha ocorrido estupro. Questionado sobre a citação no vídeo
divulgado com as imagens da vítima nua e desacordada de que 30 homens teriam
praticado ato sexual com ela, ele também disse se tratar de uma menção a uma
música conhecida na comunidade onde o caso ocorreu.
“A questão dos 30 foi que existe um rap conhecido na
comunidade que exalta um dos personagens lá do local dizendo que ‘o fulano é o
cara, engravidou mais de 30’. Foi isso que me foi passado, eu não conheço o
teor da música”, disse Eduardo.
Além de Raí e Lucas, o delegado Alessandro Thiers ouviu nesta
sexta-feira uma garota que disse ter se relacionado sexualmente com Lucas na
mesma noite e no mesmo local onde a adolescente e Raí mantiveram relações
sexuais. O imóvel, que segundo o delegado é denominado como
"abatedouro" [lugar usado para sexo], localizado na comunidade do
Morro do Barão, na Zona Oeste do Rio, foi periciado após operação policial na
tarde desta sexta.
G1