Segunda-feira, 20 de setembro de 2016
Percussionista do Barão Vermelho, Peninha
morreu por volta das 17h30 desta segunda-feira, aos 66 anos, vítima de uma
hemorragia no estômago. O músico estava internado no Hospital da Lagoa, na Zona
Sul do Rio, em estado grave, desde o começo do mês, com problemas digestivos. A
informação foi confirmada ao GLOBO por Roberto Frejat, vocalista da banda. O
corpo será cremado.
"Queridos amigos e familiares, é com pesar que venho comunicar que o
pai dos meus filhos, Paulo Humberto Pizziali, mais conheciso como (Peninha
percussão), faleceu agora", disse Ana Tereza Lima Soler, ex-mulher do
músico, nas redes sociais. Baixista do Barão, Rodrigo Santos disse, na manhã de
domingo, que o amigo estava no CTI e pediu por orações.
Paulo Humberto Pizziali nasceu no Rio de Janeiro, em 1950. Vivendo em
regiões da cidade como o Morro de São Carlos e o Bairro de Fátima - anos mais
tarde, passaria temporadas em Saquarema, na Região dos Lagos - ele se aproximou
do mundo do samba, e consequentemente, da percussão. Antes de ser efetivado
pelo Barão Vermelho, já tinha acompanhado nomes de peso da música como Sivuca,
Simone, Gal Costa, Lincoln Olivetti e Ângela Maria.
— Toda a percussão que se ouve nas gravações do Barão é dele — comenta o
cantor e guitarrista Roberto Frejat, emocionado com a perda do amigo. — Mesmo
antes de ser membro efetivo da banda, ele já tinha gravado conosco, em músicas
como “Manhã sem sono”, do disco “Barão Vermelho II” (1983), e “Bete Balanço”,
de “Maior abandonado” (1984).
Peninha, como Paulo Humberto sempre foi conhecido, foi incorporado pelo
Barão Vermelho no disco “Declare guerra”, de 1986, o primeiro após a saída de
Cazuza. Na época, o guitarrista Fernando Magalhães também foi efetivado.
Nas três décadas desde que entrou no Barão, Peninha participou de discos
como “Carnaval” (1988), “Carne crua” (1994) e “Barão Vermelho” (2004), gravado
após um período de separação. Ele também esteve em diversas apresentações
memoráveis da banda, em festivais como o Rock in Rio e o Hollywood Rock. Quando
a banda não estava ativa, como atualmente, ele seguia tocando e gravando, em
projetos como a banda de salsa Gungala.
— Foram 66 anos muito bem vividos — diz Frejat. — Por trás daquele jeito
cascudo, ele era uma pessoa maravilhosa, um grande companheiro, e um músico de
um nível muito acima do que qualquer pessoa pode imaginar. Era surpreendente.
Peninha deixa quatro filhos, Paulo, Pedro, Rafael e Luca.
O Globo