Quarta-feira, 12 de outubro de 2016
O Brasil poderá pela primeira vez fazer
empréstimo ao Fundo Monetário Internacional (FMI) por meio de acordo bilateral.
Na última semana, na reunião do FMI em Washington, o presidente do Banco
Central (BC), Ilan Goldfajn, assinou o acordo bilateral e poderá emprestar até
US$ 10 bilhões, se for necessário.
O total desta nova rodada de acordos bilaterais, que conta com a adesão de
26 países, é de USD 360 bilhões, informou o BC. O Brasil ainda não tinha
participado desse tipo de acordo.
Entretanto, não é a primeira vez que o Brasil contribui com recursos de
empréstimo para o FMI. O Brasil é credor do FMI desde 2009. Atualmente, o
Brasil participa de um acordo semelhante aos acordos bilaterais, chamado de New
Arrangements to Borrow (NAB), uma espécie de arranjo multilateral de
empréstimo. Esse arranjo é composto atualmente por 40 membros e está vigente
desde 2011.
O acordo bilaterial tem prazo final em dezembro de 2019, podendo ser
prorrogado até 2020, se houver consentimento dos países. O último recurso que o
FMI usa vem dos acordos bilaterais, caso haja necessidade. Segundo o BC, até
hoje o FMI não utilizou nenhum recurso de acordos bilaterais. O recurso
principal do FMI são as quotas. Depois delas, o FMI usa os recursos do NAB.
O BC explicou que, caso o FMI precise dos recursos previstos no acordo, o
dinheiro não sairá das reservas internacionais. "As operações financeiras
com o FMI não implicam diminuição das reservas internacionais.
As operações com o FMI representam simplesmente uma mudança na composição
de nossas reservas, uma vez que a operacionalização do acordo bilateral com o
fundo se dá por meio da compra de ativos do organismo internacional. Tais
ativos são remunerados à taxa DES (taxa calculada com base em instrumentos
financeiros dos cinco países-membros participantes da cesta DES – EUA, Japão,
Reino Unido, Área do Euro e, agora, China). Ou seja, mesmo no caso em que os
acordos bilaterais recém assinados sejam porventura utilizados pelo FMI, não há
qualquer redução no montante de reservas internacionais", informou.
Agência Brasil