Sábado, 22 de outubro de 2016
Fotografia cedida pelo
membro do Parlamento de Mianmar Tint Soe, em 20 de outubro de 2016, que mostra
a pedra jade gigante encontrada em Hpkant, no estado de Kachin, no dia 13 de
outubro de 2016
Uma pedra de jade
de 174 toneladas avaliada em milhões de dólares deverá permanecer por enquanto
no lugar onde foi descoberta, em Mianmar, porque seus proprietários não dispõem
do equipamento necessário para extraí-la.
A pedra, de quase seis metros de comprimento, foi
descoberta na semana passada por mineiros, enterrada a cerca de 60 metros de
profundidade no interior de uma montanha no estado de Kachin, uma região do
norte de Mianmar rica em jade.
"Quando raspamos o canto da pedra vimos que era de
muito boa qualidade", declarou o deputado local Tint Soe. "Mas a
pedra não pode ser movida neste momento porque não há aqui uma máquina que
possa fazê-lo e tampouco há uma estrada" apropriada, acrescentou.
Apesar de que alguns chegaram a estimar o preço da pedra
em mais de 170 milhões de dólares, Tint Soe considera que o valor é de
aproximadamente 5,4 milhões.
Mianmar produz a maioria das pedras de jade de boa
qualidade do mundo. Trata-se de uma pedra semi-preciosa de cor verde, que é
muito apreciada na China, onde é conhecida como "a pedra do paraíso".
Empresas vinculadas à antiga junta militar do país dominam
o comércio de jade em Mianmar.
Em 2014, o país vendeu no mercado mundial cerca de 31
bilhões de dólares em jade, segundo a ONG Global Witness, o equivalente a quase
a metade do PIB do país, um dos mais pobres do sudeste asiático.
Milhares de trabalhadores birmanos pobres se trasladam ao
norte do país para procurar pedaços de jade esquecidos pelas escavadoras das
grandes companhias, uma atividade não regulada sobre a qual as autoridades e
empresas fazem vista grossa.
Nesse contexto, a mineração de jade pode ter um custo
humano alto devido aos frequentes deslizamentos de terra, como o que deixo uma
centena de mortos em novembro de 2015.
AFP