Segunda-feira, 14 de novembro de 2016
Fotos: Fernanda Carvalho, André Tambucci/ Fotos Públicas
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou hoje (14) um
estudo no qual aponta que 2016 "provavelmente" seja o ano mais quente
da história, superando o recorde batido em 2015. De acordo com dados
preliminares apresentados pela agência da Organização das Nações Unidas (ONU),
o aumento da temperatura global neste ano será 1,2°C acima dos níveis
pré-industriais. Segundo o levantamento, as temperaturas registradas entre
janeiro e setembro de 2016 ficaram 0,88°C mais altas do que a média entre 1961
e 1990 (14ºC). A média é adotada como referência para acompanhar as
temperaturas.
O pico de temperatura foi registrado nos primeiros meses do ano
devido à intensidade registrada em 2015 e 2016 do fenômeno conhecido como El
Niño, que provoca o aquecimento da temperatura das águas em alguns pontos do
Oceano Pacífico. O calor oceânico decorrente deste fenômeno contribuiu também
para o branqueamento dos recifes de coral e a elevação do nível do mar acima do
normal, informou a OMM.
Ainda segundo a entidade, apesar de o calor do El Niño já ter
amenizado, os efeitos da subida de temperatura continuarão a ser sentidos no
planeta. Também contribuem para a alta das temperaturas as concentrações de
gases de efeito estufa na atmosfera, acrescenta o estudo. De acordo com a OMM,
em 2015, as concentrações médias anuais de dióxido de carbono em todo o mundo
chegaram pela primeira vez a 400 partes por milhão.
"Em áreas árticas da Rússia, as temperaturas ficaram 6°C a
7°C acima da média de longo prazo. Em muitas outras regiões árticas e
subárticas na Rússia, no Alasca e no noroeste canadense a média foi
ultrapassada em pelo menos 3°C", disse por meio de nota o secretário-geral
da OMM, Petteri Taalas.
O secretário acrescenta que o aumento na frequência de enchentes
e de ondas de calor, bem como o aumento do nível do mar, se devem a essas alterações
climáticas. Taalas acrescentou que a OMM manterá a posição de apoio para que o
Acordo de Paris seja colocado em prática. As formas de efetivar o Acordo estão
sendo debatidas na 22ª edição da Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre
mudanças climáticas (COP22) em Marrakesh, Marrocos.
Edição: Lidia Neves
Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil