Quinta-feira, 24 de novembro de 2016
“(…) Tempo de rir” Eclesiastes 3.4
Ser cristão é ser alegre. A
religiosidade é que faz as pessoas ficarem chatas e horrivelmente intragáveis.
Conheço muitas assim. Jesus também conviveu com muita gente assim. Já reparou
que as pessoas que foram mais repreendidas por Jesus foram os religiosos,
aqueles que se achavam mais santos que os outros? Sobre Cristo se diz que: “…Deus, o teu Deus, te escolheu e ungiu com
óleo de alegria, como a nenhum dos teus companheiros” (Hebreus 1.9). Óleo de alegria só o Espírito Santo
dá. Quem não tem não pode ser visceralmente alegre. Infelizmente acho que
muitos estão precisando desse óleo nas igrejas.
A alegria em Cristo deve ser vista além das quatro paredes de um
templo. No momento do culto cantamos: “a
alegria do Senhor a nossa força é”. Mas que alegria é essa que só dura até
o fim de um culto no domingo? Se Cristo habita em nossos corações, então devemos
demonstrar isso no dia a dia. A alegria na alma transborda para os lábios. É
impossível não sorrir. Até em momentos que nunca imaginamos. Já me deu vontade
de rir em momentos constrangedores. Para mim sorrir é fundamental. Ou como já
disse Charles Chaplin: “Um dia
sem rir é um dia desperdiçado”.
O riso, na história, sempre foi incompreendido, e até hoje o é,
principalmente, no mundo evangélico. Para muitos ser “crente” é ser sempre
aquele cara chato que acha que tudo é pecado e fica constrangido com a alegria
alheia. Nas obras de Filebo, na República de Platão e também na Poética de
Aristóteles já se encontram comentários sobre o riso. Platão diz que o risível
é como um vício. Para ele, o riso e o risível seriam prazeres falsos, onde só
os medíocres vivem rindo, pois entendia que o riso os afasta de buscar o prazer
da verdade filosófica. Na Idade Média, em geral, o riso foi condenado. Era
sempre sinal de fraqueza. Lembra do filme “O nome da rosa”?
Muitos pais da Igreja condenaram-no sob qualquer aspecto. Por
isso, para a Igreja, um cristão não deveria rir, à semelhança do Mestre. O riso
teria aparecido na história cristã, segundo pensavam, quando Adão pecou, sendo
assim uma fraqueza humana. Não sei se é verdade, mas dizem que Martinho Lutero
não achava assim… Ele havia dito que: “Se é
proibido rir no céu, não quero ir para lá”. Regra geral, o riso demorou
para ser reconhecido como algo benéfico. No entanto, Salomão já sabia que “o coração alegre é como o bom remédio” (Provérbios 17.22). O riso é terapêutico. Faz bem para a
alma.
Rir não é pecado. Muitos homens de Deus gostavam de rir. Charles
Spurgeon, por exemplo, conhecido como o príncipe dos pregadores, era muito
bem-humorado. Vez por outra, como pregador, prefiro fazer o povo sorrir que
dormir. Algumas pregações têm efeito sonífero. Derrubam qualquer um. São
verdadeiros calmantes verbais. Depois de 5 minutos ouvindo já estamos no mundo
de Morfeu.
Já escrevi no meu livro “Tudo
tem um tempo determinado” que
detesto gente chata. Como eu disse: “não é por nada não, é mais porque gente
chata me consome a alma”. Não me acrescentam em nada. Quero conviver sempre com
pessoas que me acrescentem alguma coisa boa. Mas esse tipo não me traz alegria
alguma. Nem faço questão de falar com pessoas assim. Se não me dirigirem a
palavra melhor ainda. Menos uma nuvem negra no meu dia de sol. Também trocar
farpas com gente chata não vale a pena. A vida é muito curta para ficar
desperdiçando com o veneno dos outros. Essas sanguessugas da alegria. Seres
intragáveis. Claro, ficar chato uma vez perdida é até normal, o problema é ser
chato 24 horas por dia.
Gente alegre é diferente. É um bálsamo para a alma. Um alivio
para o coração. Uma pessoa de bem com a vida rir de seus próprios defeitos. Nos
dias nublados enxergam além das nuvens escuras. Reconhecem suas imperfeições.
Sabem que nessa vida nem tudo tem que ser visceral, duro e sério. Coloque óleo
da alegria em sua vida enferrujada. Já disse e vou repetir até o dia que eu
morrer: detesto gente chata. Portanto, enquanto o ponto final não chega:
Sorria
Sorriso ou pranto?
É vírgula ou ponto?
Se bem ou mal,
Sorria sempre,
Pois por enquanto,
Aquele ponto,
Não é o final.
Pr. Antônio Pereira Jr.
(1ª Igreja
Congregacional em Guarabira – PB).
E-mail: oapologista@yahoo.com.br
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