Domingo, 11 de dezembro de 2016
O presidente Michel
Temer (PMDB) é citado 43 vezes no depoimento de delação premiada de Cláudio
Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht. A
informação é da Folha de S. Paulo.
Além
dele, o senador Romero Jucá (PMDB) aparece 105 vezes no documento. Já o
ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, é mencionado 45 vezes e Moreira Franco,
secretário de Parceria e Investimentos do governo, 35.
Por
fim, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que pediu demissão recentemente, surge
em 67 trechos.
TEMER TEVE PAPEL RELEVANTE NA ARRECADAÇÃOMelo
Filho afirmou que o presidente atua de forma “indireta” na arrecadação
financeira do PMDB, mas teve papel “relevante” em 2014, quando pediu R$ 10
milhões a Marcelo Odebrecht para a campanha eleitoral.
Segundo
o delator, Temer colocou o ministro Eliseu Padilha de operacionalizar
pagamentos de campanha. O ministro cuidou de R$ 4 milhões daqueles R$ 10
milhões e os distribui.
EXECUTIVO DETALHA PEDIDO“Foi
ele o representante escolhido por Michel Temer -fato que demonstrava a
confiança entre os dois-, que recebeu e endereçou os pagamentos realizados a
pretexto de campanha solicitadas por Michel Temer. Este fato deixa claro seu
peso político, principalmente quando observado pela ótica do valor do pagamento
realizado, na ordem de R$ 4 milhões”.
“Chegamos
no Palácio do Jaburu e fomos recebidos por Eliseu Padilha. Como Michel Temer
ainda não tinha chegado, ficamos conversando amenidades em uma sala à direita
de quem entra na residência pela entrada principal. Acredito que esta sala é
uma biblioteca”, disse o delator.
“Após a
chegada de Michel Temer, sentamos na varanda em cadeiras de couro preto, com
estrutura de alumínio. No jantar, acredito que considerando a importância do
PMDB e a condição de possuir o Vice-Presidente da República como presidente do
referido partido político, Marcelo Odebrecht definiu que seria feito pagamento
no valor de R$ 10 milhões”, diz.
“Claramente,
o local escolhido para a reunião foi uma opção simbólica voltada a dar mais
peso ao pedido de repasse financeiro que foi feito naquela ocasião. Inclusive,
houve troca de e-mails nos quais Marcelo se referiu à ajuda definida no jantar,
fazendo referência a Temer como ‘MT'”, ressalta o ex-executivo da Odebrecht.
TEMER ATINGIA INTERESSES PESSOAIS, DIZ DELATORSegundo
o executivo, “o atual presidente da República também utilizava seus prepostos
para atingir interesses pessoais, como no caso dos pagamentos que participei,
operacionalizado via Eliseu Padilha”.
Segundo
a Folha, todos os citados têm negado qualquer irregularidade na relação com a
Odebrecht.
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