Sábado, 24 de dezembro de 2016
Foto: Andrew Medichini
Muitos
consideram que 2016 foi um ano ruim, mas 2017 se anuncia como um ano pior. Ao
menos para os católicos que acreditam no milagre de São Januário. Desde 1389, o
sangue seco do santo armazenado numa relíquia se liquefaz em três datas anuais,
sendo uma delas o dia 16 de dezembro. Porém, na cerimônia da última
sexta-feira, o milagre não aconteceu.
De acordo com a tradição, o fato de a liquefação não acontecer prenuncia
um grande desastre. Foram poucas as vezes que isso aconteceu ao longo dos
últimos 627 anos. Numa delas, em 1527, dezenas de milhares de pessoas morreram
pela praga; em anos mais recentes, em 1939, começou a Segunda Guerra Mundial.
— Nós não devemos pensar em desastres e calamidades — afirmou o monsenhor
Vincenzo De Gregorio, abade da Capela Real do Tesouro de São Januário em
Nápoles, na Itália, ao jornal italiano “La Stampa”. — Nós somos homens de fé e
devemos continuar rezando.
Anualmente, o milagre da liquefação acontece no sábado anterior ao
primeiro domingo de maio, em homenagem à Virgem Maria; no dia 19 de setembro,
dia de São Januário; e no dia 16 de setembro, em referência à erupção do Monte
Vesúvio de 1631, que teria sido contido após uma estátua do santo ser exposta
para o vulcão.
Segundo a tradição católica, São Januário foi bispo da arquidiocese de
Benevento que se opôs à perseguição romana e acabou condenado à morte em 305
por decapitação. Seu corpo e sua cabeça foram recolhidos por um senhor de
idade, e levados para um local seguro, onde uma mulher encheu um frasco com seu
sangue, que seria o que está guardado até hoje na relíquia.
O Globo