Sábado, 31 de dezembro de 2016
Filho Ronaldo Fenômeno, de Lula, e Oi: relações perigosas
Um relatório da
Polícia federal indica que um dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva deverá se tornar o novo alvo de suas investidas. Segundo o documento,
anexado na Lava Jato, os principais financiadores da empresa Gamecorp, que
pertence a Fábio Luís Lula da Silva, injetaram na firma ao menos R$ 103
milhões. A cervejaria Petrópolis e empresas ligadas à Oi seriam os principais
remetentes desses recursos.
A
defesa de Lula diz que a Oi/Telemar é acionista da Gamecorp e participa de sua
administração. Também afirma que sigilos bancários, mesmo quando quebrados,
devem ser usados exclusivamente para investigação, não para “divulgação
pública”.
“Serão
tomadas todas as providências cabíveis para que as autoridades federais
responsáveis por essa divulgação sejam punidas na esfera funcional, além de
serem responsabilizadas por todos os danos causados à Gamecorp e a G4.”
A Oi
diz que contrata a Gamecorp para serviços de produção do canal que exibe a
programação da Oi TV e os direitos de transmissão do canal Play TV.
O grupo
Petrópolis diz que os pagamentos se referem a “serviços prestados para
implantação de TV corporativa” da empresa e também veiculação de publicidade.
Bem…
A
Andrade Gutierrez foi a empreiteira que comprou por 4 milhões de reais a
empresa de Lulinha, em 2005. Via Sergio Andrade, Lulinha vendeu à Telemar, do
mesmo Sérgio, seu negócio de Ronaldinho. O MPF inocentou Lulinha.
Em 2015
contei como esse esquema bateu em Portugal:
http://bit.ly/2iloUcg
O que
já sabemos: a empreiteira Andrade Gutierrez pagou propina em seis obras, disse
em depoimento de sua delação premiada na Operação Lava-Jato o ex-gerente de
Serviços da Petrobras, Pedro Barusco. Barusco susteve que mantinha
contato com Antonio Pedro e, posteriormente, com Paulo Dalmazzo, que, segundo
ele, eram diretores da empreiteira. A Andrade Gutierrez, referiu Barusco,
tinha seis grandes contratos com a Petrobras: 3 na área de abastecimento,
dois em gás e energia e um em serviços.
Em 29
de julho do ano passado a Justiça Federal abriu ação penal contra o empresário
Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, e mais 12
investigados na Operação Lava-Jato. A Procuradoria da República atribui ao
empreiteiro e aos outros acusados os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e
organização criminosa. A decisão foi do juiz federal Sérgio Moro.
Sob
delação premiada, o engenheiro Mário Góes, apontado como operador de propinas,
fez acusações outras. Seguindo suas dicas, ora se sabe que, entre 2007 e
2009, a empresa repassou quase R$ 5 milhões à Rio Marine, empresa de Mário
Góes, simulando consultorias para a plataforma P-57. Desse total, R$ 3,5
milhões seriam propina a Barusco.
Mário
Góes reveloua primeira vez que foi procurado para dividir comissões com Pedro
Barusco foi no início da década de 2000. “Mas o negócio não deu certo, eo
esquema de propina começou entre 2003 e 2004”. Mário Góes contou que em 2008
foi criada uma conta só para pagamentos a Barusco. A Zagope, empresa do grupo
Andrade Gutierrez que atuava em Angola, fechou contrato com uma empresa na
Suíça controlada por Mário Góes, mas que nunca prestou um serviço. O valor: US$
6 milhões.
Mário
Góes disse que recebeu das mãos de Antônio Pedro Campello, da Andrade
Gutierrez, por duas ou três vezes de R$ 100 a R$ 200 mil em sua residência.
Mário
Góes contou que quando começou a participar do esquema de recebimento de
propina, ouviu de Pedro Barusco que o então diretor Renato Duque gostava mais
de jantares, cabendo a ele, Barusco, atuar na diretoria de Serviços da
Petrobras. E que o Partido dos Trabalhadores estaria dando suporte a esse tipo
de atividade.
Mário
Góes confessou ter destruído provas a mando de Barusco.
Já
escrevi sobre isso também ano passado:
http://bit.ly/2hwMTTW
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