Sábado, 10 de dezembro de 2016
Por que as tragédias nos chocam
tanto?
Recentemente o Brasil e o mundo ficaram estarrecidos diante do
acidente aéreo na Colômbia, vitimando mais de 70 pessoas, a maioria jogadores
do time de futebol de Chapecó. Procurar culpados torna-se necessário, mas não
tão importante diante da dor. Quem poderá consolar a mãe que perdeu o seu
filho? Como consolar a esposa que perdeu o seu marido? Ou o filho que perdeu o
seu pai? Há momentos que nenhuma palavra ou explicação serve de alívio para o
coração angustiado. Muitas dores só se aliviam pela via das lágrimas. As
lágrimas, em certo sentido, têm o poder de lavar um pouco as dores da alma.
Penso, grosso modo, que as tragédias como essa nos chocam tanto
por alguns motivos: por ser uma queda de avião que não estamos acostumados a
ver todos os dias; pela automatização da notícia alavancada pelas novas
tecnologias; pela fragilidade da vida humana; por saber que não somos tão
soberanos como imaginamos ser, por imaginarmos a dor que cada família passará
pelo resto de suas vidas, etc.
Diante dessa tragédia pude refletir algumas lições que gostaria
de compartilhar com você:
Tragédias
acontecem todos os dias e com qualquer umClaro que devemos orar para que o Eterno console
os corações entristecidos pelo acidente com o time de Chapecó, mas essa foi uma
dentre tantas tragédias que acontecem todos os dias, e algumas, bem perto de
cada um de nós. Muita gente está morrendo aos poucos em nossa volta. Mortes
emocionais, físicas e espirituais. Por que não nos comovemos tanto também com a
dor da pobreza, a dor da injustiça social, a dor daqueles que se prostituem
para ganhar a vida, a dor das famílias que não tem o mínimo para sua
sobrevivência? Fechamos os olhos para não ver algumas dores. Melhor se
constranger com a dor daqueles que vivem longe de nós…
A vida é
imprevisívelAlguém já
disse que viver é correr o risco da tragédia. Todos os dias estamos envolvidos
com tragédias que podem acontecer a qualquer momento: ser alvo de uma bala
perdida; ser atropelado; ter os bens roubados; perder uma pessoa querida; ser
acometido de um câncer fatal, enfim, as possibilidades são enormes. Não temos
garantias algumas sobre nossa existência efêmera. Não sabemos nem o que
acontecerá nas próximas horas.
Não temos o
controle de tudoO apóstolo
Tiago nos diz o seguinte sobre as nossas “certezas” tão incertas: “Vocês nem sabem o que lhes acontecerá
amanhã”! (Tiago
4.14a). Às vezes
pensamos que temos o controle de tudo. E não temos. Não temos e não dá para
prever nada com relação a nossa segurança pessoal. Quem pode garantir que
estará vivo amanhã?
A vida é
frágilTiago continua
nos ensinando: “Que é
a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois
se dissipa” (Tg
4.14b). O
que é a sua vida? – Pergunta
o apóstolo. A vida não é só comer, beber, procriar e se divertir.
Já parou para pensar na sua finitude? Pois é, somos finitos. Temos prazo de
validade. Não vamos viver nessa dimensão para sempre. Um dia estaremos frente a
frente com o Eterno. De que valerá todos os seus diplomas, dinheiro e fama?
Depende de
Deus todos os dias de sua vidaO invés de se vangloriar, de achar que é
autossuficiente, o ser humano deveria colocar Deus em seus projetos. É o que o
apóstolo Tiago nos recomenda: “Ao
invés disso, deveriam dizer: ‘Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou
aquilo’” (Tg
4.15). Só
viveremos “Se o Senhor quiser”. Simples assim. Nossas vidas estão nas
mãos do Criador. E quem tem Deus como primazia não teme o dia de amanhã. Sabe
que está seguro em Suas mãos. Mesmo que a calamidade lhe sobrevenha, sua fé
continua firme na Rocha inabalável. Ainda que ele passe pelo vale da sombra da
morte não temerá mal algum, porque a Sua vara e o seu cajado lhe consolam, como
diz o Salmo 23.
Continue chocado com as calamidades que abalam o mundo. Mas
também, não feche os olhos para as calamidades que acontecem nas esquinas, em
sua família, na sua cidade. Diante das tragédias, perto ou longe, espero que
você possa dizer como Jó, que soube o que era sofrimento: “Ainda que ele me mate, nele esperarei;
contudo os meus caminhos defenderei diante dele” (Jó 13.15).Na paz e bonança
agradeça a Deus e nas tribulações e calamidades confie nEle. Saiba que quando
estamos debaixo da Graça de Deus, toda desgraça ainda é motivo de dar graças
pela Graça que recebemos nas tribulações da vida.
Pr. Antônio Pereira Jr.
(1ª Igreja
Congregacional em Guarabira – PB).
E-mail: oapologista@yahoo.com.br
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