Quarta-feira, 04 de janeiro de 2016
A vacina contra a dengue, que está
sendo desenvolvida pelo Instituto Butantã, poderá ser usada em larga escala em
2019. O produto passa agora por testes. Foram instalados centros em 13 cidades
de cinco regiões do país visando imunizar voluntários e avaliar a eficácia do
produto. Até o momento, já foram aplicadas doses em 4 mil pessoas, das 17 mil
que deverão participar dos testes.
Essa é a última fase antes da vacina ser submetida à aprovação
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segundo o diretor Instituto
Butantã, Jorge Kalil, é possível que a vacina chegue à população em 2019.
“Eu acho difícil que ela esteja disponível já no ano que vem.
Mas nós vamos trabalhar para que esteja. Mas talvez no outro verão possa estar
disponível. Agora, depende de muitas coisas”, ressaltou.
Investimento
O governo de São Paulo assinou hoje (3) com o Banco Nacional de
Desenvolvimento (BNDES) acordo para liberação de R$ 97,2 milhões para
construção da fábrica de vacinas contra a dengue. O valor cobre 31% do custo
total do projeto do Instituto Butantã, orçado em R$ 305,5 milhões.
Os recursos vão permitir a conclusão do novo prédio que terá
capacidade de produzir até 30 milhões de doses por ano. O dinheiro, investido
sem necessidade de retorno, possibilitará ainda a instalação de equipamentos,
mobiliário e capacitação das equipes.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que vistoriou as
obras durante a cerimônia de assinatura do acordo com o BNDES, disse que o
prédio deverá estar pronto em 60 dias. “Nós estamos fazendo o prédio enquanto a
vacina está sendo testada na sua última fase. O teste vai dizer a eficácia para
você produzi-la em escala visando atender o Brasil”, disse.
A vacina deverá proteger contra os quatro tipos de vírus da
dengue. De acordo com o secretário estadual de Saúde de São Paulo, David Uip, a
expectativa é que o poder de imunização do produto ultrapasse os 80%.
“Nós tivemos um poder imunogênico da vacina muito bom e poucos
efeitos adversos”, disse com base nos resultados observados nas duas fases
iniciais do desenvolvimento da vacina desenvolvida com vírus enfraquecidos
geneticamente.
Nesta última fase de testes, dois terços dos voluntários serão
imunizados e um terço receberá um placebo sem efeito. A partir daí, será
observada a taxa de infecção no grupo que foi vacinado e no de controle, que recebeu
a substância sem efeito.
Agência Brasil