Segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017
Laudo confirmou a
conjunção carnal; abusos duraram 2 anos, diz PM.
Menor recebe
acompanhamento psicológico, segundo Conselho Tutelar.
Adolescente relatou à polícia que matou o pai em legítima defesa após ser abusada desde os 12 anos (Foto: Divulgação/PM-AC)
Uma adolescente de 14 anos matou o pai de 34 anos
com um tiro de espingarda alegando que por dois anos foi abusada sexualmente,
segundo a Polícia Militar (PM-AC). A morte teria ocorrido na noite de
terça-feira (7), mas, somente nesta nesta quarta (8), a polícia se deslocou
para atender a ocorrência no Ramal da Cachoeira, na zona rural de Tarauacá,
distante 400 km da capital Rio Branco.
A Polícia Civil informou que a adolescente passou
por um exame de conjunção carnal, onde o laudo médico comprovou o estupro.
Conforme o órgão, a menor agiu em legítima defesa e não deve ficar apreendida.
O inquérito do caso deve ser encaminhado para a Justiça.
Ao chegar no local, a PM encontrou a adolescente
com a mãe. A menor confessou o crime e afirmou que era abusada desde os 12
anos. Ela relatou à polícia que estava cansada de sofrer ameaças do pai ao lado
dos irmãos e da mãe.
Na noite do crime, os pais da adolescente estariam
bebendo e, por volta de 23h, a mãe da menor teria ido dormir, momento em que o
pai pegou uma faca, foi até o local onde a jovem estava e a obrigou a manter
relações sexuais com ele. O pai teria dito ainda que se a menor não cedesse ele
mataria todos da família.
A adolescente relatou à polícia que resistiu. A mãe
disse que acordou para ir ao banheiro e viu o pai violentando a filha. Nesse
momento, o homem teria dito que iria matar todos para que não houvessem
testemunhas do abuso. Os pais iniciaram uma luta corporal, a menor pegou uma
espingarda e efetuou o disparo contra o pai. O corpo do homem chegou a ser
transportado por vizinhos até a zona urbana, mas ele não resistiu.
Ao G1, José Carlos Bezerra, presidente do Conselho Tutelar de
Tarauacá, informou que a menina ainda estava prestando depoimento na delegacia,
mas que já haviam tomado conhecimento do caso e aguardavam o encaminhamento
dela para que tomassem as medidas necessárias. "Ela vai precisar de
acompanhamento psicológico e também vamos ver para onde deve ser encaminhada e
como vamos dar assistência à ela", explicou.
Quésia Melo
Do G1 AC