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'Pagador de promessa' anda há 25 anos para agradecer cura do câncer

Segunda-feira, 11 de fevereiro de 2017
Ele já gastou 66 pares de tênis, foi roubado 23 vezes e viu 835 acidentes.
Antônio Pereira, de 71 anos, termina a missão neste ano e voltará para casa (Foto: Reprodução/TVCA)
No último dos 25 anos do cumprimento de uma promessa que fez caso fosse curado de um câncer, o devoto de Nossa Senhora de Aparecida, Antônio Pereira, está em Mato Grosso. Ele passou por Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, nesta semana e deve cruzar a capital na próxima quarta (15). Prestes a terminar de pagar a promessa, ele segue para casa, em Rondônia. A companheira dele nas viagens é uma imagem da santa.

Com o diagnóstico de cura de um câncer na garganta, que já tinha afetado a sua visão e estava em estado avançado, o devoto de Nossa Senhora Aparecida começou a caminhar sozinho. Saiu de Porto Velho (RO), onde mora, com destino a Aparecida do Norte (SP). Depois disso, já percorreu o país inteiro e alguns países da América do Sul

Até agora, Antônio, que tem 71 anos, já percorreu mais de 80 mil km a pé.
Ele decidiu fazer a promessa depois de gastar muito com o tratamento e não obter nenhum avanço. "Sentia uma dor, arranhava a garganta e quando fui ao médico tinha um tumor do lado esquerdo da garganta", afirmou. Então, recorreu à fé e prometeu que iria andar a pé e sozinho por 25 anos até a Basílica de Nossa Senhora Aparecida.

A primeira viagem foi feita no dia 15 de janeiro de 1991. Para isso, deixou a mulher e dos dois filhos em Porto Velho. Cada viagem durou em média um ano, entre ida e vinda. Debaixo de sol e chuva, ele chegou a caminhar 30 km por dia.

Durante os mais de 80 mil km caminhados, Antônio nunca deixou de registrar o que presenciou e o que gastou. Foram 66 pares de tênis, 31 bonés e quatro mochilas. Também presenciou 835 acidentes pelas estradas do país.

Nessas mais de duas décadas, também foi vítima de assaltos. Ele já contabilizou 23 roubos, alguns deles com violência. Inclusive, perdeu alguns dentes devido às agressões.

Em uma das vezes que foi assaltado, ele contou que o criminoso ficou zangado porque não tinha dinheiro para dar a ele.

“Ele vasculhou a minha mochila procurando dinheiro, mas eu não tinha nada nem para eu mesmo comer. Foi então que me deu um chute no queixo e eu perdi um dente”, contou Antônio.

Antônio não leva dinheiro em suas viagens e conta apenas com a solidariedade das pessoas. Muitas vezes não recebia ajuda. “Eu já senti muita fome, muita sede, ouvi muitos 'nãos', mas sempre tinha alguém bom para me ajudar”, disse. Ele já chegou a dormir até em cemitério.

Ele ficou hospedado em 617 hotéis durante os anos pagando a promessa.



G1

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Formado em radialismo,Cursou A FUNETECE,Ensino médio Completo,E-mail: radialistasergiothiago@gmail.com.
 
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