Segunda-feira, 06 de fevereiro de 2017
Um médico de João Pessoa desenvolveu
um aparelho óptico que visa melhorar o campo de visão de pessoas que perderam a
visão periférica por causa de doenças como glaucoma e retinose pigmentar.
Segundo o oftalmologista Osvaldo Travassos, inventor do aparelho, o objeto não
recupera o campo de visão perdido, mas aumenta a quantidade de elementos
visuais que a retina pode registrar.
“A visão é responsável por 85% do
nosso relacionamento com o ambiente ao nosso redor. Quando se perde a visão
periférica, a pessoa passa a ver apenas pela visão central, que se parece como
se estivesse olhando por um tubo. Com isso, a pessoa perde a noção do que está
ao redor, tendo que olhar as coisas por partes para poder saber onde estão ou
como são os objetos”, explica o médico.
A pesquisa para a construção do
instrumento começou em 2013, mas apenas em 2016 que o oftalmologista se
convenceu dos resultados dos testes feitos com alguns pacientes e apresentou a
pesquisa e o protótipo do invento em um congresso de oftalmologistas realizado
em outubro deste ano, em Belo Horizonte.
“O aparelho consiste em uma
combinação de lentes, positivas e negativas que, somadas, abrem o campo de
visão tubular do paciente. Visualmente, o protótipo se parece como se fossem
dois óculos colados um ao outro. Esse instrumento pega o pouco que a pessoa vê
e acrescenta mais elementos da visão periférica dentro desta visão tubular”,
comenta Travassos.
Desde que foi pensado até este ano,
Osvaldo Travassos já experimenta o invento com pelo menos 20 pacientes. Para
saber quais lentes utilizar na confecção, ainda artesanal, do aparelho, o
oftalmologista realiza exames convencionais e cálculos com base no grau de
visão tubular que o paciente tem. “Como atualmente ele funciona como se fossem
dois óculos, a construção do instrumento é semelhante a de um óculos, que podem
ser confeccionados em uma ótica convencional”, diz.
Os testes do equipamento estão sendo
feito nestes pacientes e o objeto está em processo de patenteamento. Por
enquanto, o objeto só é confeccionado mediante solicitação do médico, mas a
ideia do oftlmologista é aprofundar a pesquisa e melhorar o equipamento, para
que mais pessoas possam usufruir do invento.
“Vários setores da indústria também
podem se beneficiar deste protótipo para ajudar na confecção. Desde o setor de
design até o da fabricação em si. Ainda há muito a ser melhorado e, quem sabe,
em breve uma versão final e comercializável do instrumento possa existir para
facilitar a vida destas pessoas”, completa.
G1