Terça-feira, 27 de março de 2017
O jornal norte-americano The New York Times critica a
“desigualdade” nas reformas fiscais em curso no Brasil. Em reportagem publicada
na sexta-feira, 3, o jornal relata que, enquanto os trabalhadores terão
benefícios cortados, juízes e políticos têm aumentos de salários e cita que o
Congresso, “em vias de aprovar uma reforma previdenciária”, agora está
permitindo que seus membros obtenham pensão vitalícia depois de apenas dois
anos.
O texto lembra que Michel Temer defende o corte de gastos, mas
não ajudou a sua popularidade realizar um “banquete pago com dinheiro de
contribuintes” para persuadir os deputados a aprovarem suas reformas. Para o
NYT, embora alguns sinais de recuperação econômica tenham surgido, a situação
do povo nas ruas “conta uma história diferente”.
A partir do depoimento de personagens, o jornal afirma que o
governo defende que todos precisam aderir ao programa de austeridade, mas sua
postura indica que “a pressão é sobre os menos favorecidos”. Menciona que uma
das principais “conquistas” do governo Temer – a aprovação de um teto para os
gastos públicos – é também um dos seus calcanhares de Aquiles.
“O sistema tem tudo para aumentar a desigualdade, mas Temer está
minimizando a ideia de que o Brasil precisa de uma reforma no estilo grego”,
comenta Pedro Paulo Zahluth Bastos, economista da Unicamp. A falta de cobrança
de impostos sobre os rendimentos de proprietários de ações também é citada como
um dos pontos críticos.
A reportagem do correspondente Simon Romero também cita a
situação financeira do Rio de Janeiro, que é vista como um “case” da seriedade
do problema no Brasil. Em função do descontentamento da população, completa o
jornal, políticos ultraconservadores como Jair Bolsonaro vem ganhando espaço no
País.
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