Quinta-feira, 27 de abril de 2017
Segundo o ranking de auxílios-doença concedidos pelo INSS, a dor nas
costas é a doença que mais afasta trabalhadores no Brasil por mais de 15 dias.
Em 2016, 116.371 pessoas tiveram de se ausentar do emprego por, no mínimo, duas
semanas em razão dessa enfermidade. O número representa 4,71% de todos os
afastamentos.
O segundo motivo que
mais afastou trabalhadores no ano passado foram fraturas de perna e tornozelo,
seguidas das de punho e mão.
Dados do Ministério
do Trabalho apontam que não são as atividades pesadas que mais afastam
trabalhadores com dores nas costas, e sim o serviço público, onde há um grande
número de pessoas realizando funções repetitivas.
Em segundo lugar,
estão as atividades relacionadas ao comércio varejista, em especial
supermercados, seguidos dos ramos hospitalar, de construção de edifícios e
transporte rodoviário de cargas.
A coordenadora-geral
de Fiscalização e Projetos do Ministério do Trabalho, Viviane Forte, diz que
nessas atividades consideradas mais leves, as dores nas costas são menos
evidentes do que na construção civil, por exemplo, porém também são graves.
“No comércio, a
dorsalgia é comum nas pessoas que trabalham como estoquistas, porque elas
levantam caixas, fazem movimentos de agachar e levantar e acabam não prestando
atenção na postura. Esse mesmo descuido ocorre com quem trabalha em escritório
por muito tempo sentado na mesma posição”, explica.
Assim como ocorre com
doenças como estresse e depressão, é difícil diagnosticar se as dores nas
costas são causadas pela atividade profissional ou por algum outro problema
externo. Mas Viviane entende que, independentemente da causa original, a
postura no trabalho influencia no adoecimento.
“As pessoas passam
muito tempo do seu dia no trabalho. Se não tiverem o devido cuidado na maneira
de se sentarem e realizarem suas atividades, ou se não respeitarem as pausas
necessárias ao longo da jornada de trabalho, vão adoecer, independentemente de
como e onde tenha surgido a dor”, alerta.
Principais motivos de afastamento
Categoria /
Frequência
Dorsalgia:116.371
Fratura da perna,
incluindo tornozelo: 108.727
Fratura ao nível do
punho e da mão: 93.507
Fratura do antebraço:
74.322
Fratura do pé (exceto
do tornozelo): 70.383
180 Graus