Quinta-feira, 25 de maio de 2017
Senador afastado
é investigado por corrupção em inquérito da Lava Jato. Ele foi gravado por
empresário pedindo R$ 2 milhões.
Imagem extraída da internet
O senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG)
entregou nesta quarta (24) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o passaporte dele
em cumprimento à decisão do ministro Luiz Edson Fachin, que determinou o
recolhimento do documento na semana passada. No mesmo despacho, o ministro
relator da Lava Jato ordenou o afastamento de Aécio das funções no Senado.
O STF autorizou a investigação de Aécio por
corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa após a delação
dos donos do frigorífico JBS, Joesley e Wesley Batista. Joesley gravou Aécio
pedindo R$ 2 milhões, com a justificativa de que precisava do dinheiro para
pagar sua defesa na Lava Jato.
Além da apreensão do passaporte, Fachin
também proibiu Aécio de ter contato com outros investigados na operação.
Prisão
Na noite de
terça (23), Fachin mandou intimar a defesa de Aécio Neves para que se manifeste
sobre recurso apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
que pede a prisão do senador ao Supremo.
"Intime-se a defesa do Senador da
República Aécio Neves da Cunha para, no prazo de lei, responder ao agravo
regimental interposto pelo Procurador-Geral da República", afirmou o
ministro. De acordo com o Código de Processo Civil, em caso de agravo, o prazo
para resposta ao recurso é 15 dias corridos.
Na decisão que determinou o afastamento de
Aécio, Fachin negou o pedido de prisão do senador. A PGR então recorreu.
A defesa de Aécio terá agora que rebater por escrito o pedido de prisão.
No mesmo dia em que a PGR voltou a pedir a
prisão de Aécio, a defesa do senador entrou com um recurso contra a decisão de
afastá-lo do mandato e
também pedindo que o caso seja redistribuído a um novo relator.
Os advogados consideram que não há conexão
do que é investigado neste inquérito com os fatos atribuídos ao senador na Lava
Jato e, por isso, Fachin não seria o juiz natural do caso.
Por Mariana Oliveira, TV Globo, Brasília