Quinta-feira, 04 de maio de 2017
A equipe internacional de pesquisadores conseguiu desenvolver um
teste mais rápido e barato capaz de detectar o vírus da zika em mosquitos e em
amostras humanas. Além de ser uma alternativa para diagnosticar pacientes no
futuro, o método pode desempenhar um papel importante no monitoramento da
chegada do vírus a novas regiões do mundo.
A pesquisa, liderada
por pesquisadores do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Patologia da
Universidade do Estado do Colorado, nos Estados Unidos, usou um método chamado
LAMP (sigla para amplificação isotérmica mediada por loop, em inglês).
A brasileira Tereza
Magalhães, pesquisadora da Universidade do Estado do Colorado e uma das autoras
do estudo, explica que o teste desenvolvido é parecido com um outro método
atualmente utilizado na detecção de zika chamado RT-PCR (sigla para reação de
transcrição reversa seguida por reação em cadeia da polimerase). Esse teste
amplifica o material genético do vírus presente na amostra para que ele se
torne detectável. Trata-se de um teste caro, de alta complexidade que exige
profissionais treinados e laboratórios especiais.
"É possível,
após esses estudos, que tenhamos uma ideia melhor da sua utilidade prática em
áreas endêmicas e que seja possível implementá-lo em serviços de saúde e
vigilância"
O método LAMP também
detecta o material genético do vírus, porém sem a necessidade de equipamentos
sofisticados, materiais purificados e temperaturas distintas. Além disso, os
resultados podem ser visualizados a olho nu por mudanças de cor. "Tudo
isso facilita imensamente a realização do teste e minimiza bastante o custo e o
tempo em comparação à PCR", afirma Tereza.
"Com o Lamp,
você não precisa da sofisticação de uma máquina", diz o professor Joel
Rovnak, um dos autores do estudo. Isso tornaria o método mais viável em países
em desenvolvimento atingidos pelo vírus. Segundo os pesquisadores, o teste
seria importante para determinar políticas públicas de prevenção em locais onde
fossem identificados mosquitos infectados, mesmo antes de surgirem casos em
humanos.
G1