Quinta-feira, 05 de maio de 2017
O vice-presidente do
Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), cedeu aos apelos da oposição e determinou
nesta quinta-feira (3) que a reforma trabalhista vai passar também pela
Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Nesta terça-feira (2), Cunha Lima –
que está na presidência do Senado interinamente – havia despachado que a
reforma passaria apenas pelas comissões de Assuntos Econômicos e de Assuntos Sociais ,
o que provocou questionamentos dos oposicionistas.
Segundo ele, a análise por uma terceira comissão deverá elevar o
tempo previsto de tramitação da reforma no Senado de 30 para até 60 dias. No
entanto, o senador acredita que o prazo maior para discussão será positivo.
“Eu acredito que aumentar em uma ou duas semanas a tramitação
não trará prejuízo algum, porque nós vamos ter a oportunidade de debater mais profundamente
uma série de temas que são polêmicos. Há muita resistência política e,
sobretudo, ideológica, e esse tempo de discussão no Senado será suficiente para
tranquilizar o trabalhador brasileiro, que foi vítima mais uma vez de um
terrível terrorismo”, afirmou.
Cunha Lima declarou ainda estar confiante de que o projeto será
aprovado com tranquilidade no plenário do Senado depois que for analisado pelas
comissões. Na opinião dele, o projeto é bom e a maior parte dos senadores será
convencida disso.
Relator
A primeira comissão que vai analisar a reforma trabalhista é a
de Assuntos Econômicos. Nesta quinta, o presidente do colegiado, senador Tasso
Jereissati (PSDB-CE), nomeou o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) relator da matéria na comissão.
Ainda não há definição sobre quem serão os relatores na CCJ e na
Comissão de Assuntos Sociais.
Reunião com centrais
Mais cedo, o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL),
recebeu representantes das centrais sindicais e da oposição. Ele, que tem se
posicionado contrário à reforma, questionou o ponto do texto que prevê o fim da
contribuição sindical obrigatória e o impacto no Sistema S, que recebe
contribuições advindas dessa fonte.
“Essa reforma parece incoerente, porque na medida em que ela
acaba com a contribuição sindical dos trabalhadores, ela mantém o sistema S em
funcionamento com a sua contribuição. Essas coisas precisam ser respondidas”,
afirmou.
Agência Brasil