Domingo, 21 de maio de 2017
Foto: Imagem de reprodução
Em depoimento de delação premiada prestado à Procuradoria-Geral da
República (PGR), o diretor de Relações Institucionais e Governo da J&F
(holding do grupo JBS), Ricardo Saud, disse que o presidente Michel Temer
recebeu R$ 15 milhões em vantagens indevidas para a campanha à Vice-Presidência
em 2014 e para atuar em favor do grupo empresarial.
Segundo o delator,
o valor foi repassado pelo PT. O depoimento do diretor está em um dos vídeos
das delações prestadas pelo grupo JBS. O teor dos vídeos foi divulgado hoje (19)
pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após o ministro Edson Fachin ter retirado o
sigilo das delações.
“Esses 15 milhões
eram do PT, e o PT deu para o Temer usar na campanha de vice”, disse Ricardo
Saud.
Saud acrescentou
ter comunicado a Temer que a campanha do PT autorizou o repasse, que fazia
parte do saldo que o grupo JBS tinha com o partido para doações eleitorais.
Conforme o delator, o dinheiro foi destinado ao PMDB e ao ex-deputado Eduardo
Cunha (RJ), que hoje está preso em Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato.
“Veio a ordem para
dar os R$15 milhões do PT para o PMDB para a campanha do Temer. Isso feito, eu
fui lá e comuniquei ao Temer na vice-presidência, aqui em Brasília, eu disse
que chegaram os 15 milhões, e ele me disse para eu dar uma semana que ele ia
dizer como fazer com o dinheiro”, afirmou Saud.
O diretor também
relatou como Temer teria distribuído o dinheiro. "Nós fizemos da seguinte
forma. Dos R$ 15 milhões, ele acabou ajudando o Eduardo Cunha, o Henrique
Alves, acabou pondo uma parte, R$ 9 milhões no PMDB nacional. Ele mandou para
vários estados. A gente tem tudo ali direitinho para onde esse dinheiro foi
seguindo", disse no depoimento.
Saud declarou aos
procuradores que o dinheiro era "propina dissimulada em forma de doação
oficial".
Palácio do
Planalto
A Presidência da
República negou que sejam verdadeiras as acusações contra o presidente Michel
Temer.
“As informações são
falsas”, disse a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto.
Conforme a
assessoria, todos os recursos recebidos para a campanha de Temer em 2014 foram
doações oficiais.
Agência Brasil