Sexta-feira, 12 de maio de 2017
A obesidade abdominal aumenta o risco de sofrer um acidente vascular
cerebral (AVC) isquêmico, principalmente em mulheres, enquanto um maior índice
de massa corporal (IMC) age como fator de proteção nos homens, de acordo com um
estudo liderado pelo Hospital do Mar, em Barcelona, na Espanha. A informação é
da Agência EFE.
Conforme a
investigação, que teve a participação de 388 pacientes com isquemia e 732
voluntários saudáveis, a obesidade abdominal seria uma medida melhor para
prever o risco de isquemia do que o IMC, sobretudo nas mulheres. Os resultados
foram publicados na revista European Journal of Neurology.
O trabalho encabeçado
pelos neurologistas Ana Rodríguez e Jaume Roquer, concluíram que as medidas de
gordura abdominal servem para prever o risco de sofrer um AVC. O acidente
vascular cerebral isquêmico (AVCI) acontece quando uma parte do cérebro deixa de
receber sangue subitamente pelo fechamento de alguma de suas artérias. Segundo
os pesquisadores, entre os fatores de risco estão as interações ambientais,
genéticas e sistêmicas, como a obesidade.
Roquer explicou que
geralmente as mulheres apresentam uma maior percentagem de gordura corporal,
mas o acúmulo na zona abdominal é mais comum nos homens e propõe medir a
obesidade abdominal em vez de avaliar a gordura corporal global através do IMC
para prever o risco de isquemia.
"O motivo é que
o perímetro de cintura reflete melhor o grau de adiposidade do que o IMC,
principalmente no sexo feminino. Dados estatísticos mostram que um maior IMC
previne o risco de AVC em homens, o que concorda com o denominado 'paradoxo da
obesidade ', que relaciona a obesidade com uma menor mortalidade e recorrência
de isquemia", detalhou Ana Rodríguez.
A neurologista
acrescentou que a obesidade abdominal, considerada independentemente do IMC,
constitui um fator de risco para ambos os sexos, embora muito mais acentuado
nas mulheres.
"O IMC não é um
indicador confiável para o prognóstico do risco de isquemia, já que informa o
peso, mas o peso pode ser devido à gordura - que é a que aumenta o risco de ter
isquemia - e a massa magra. Pessoas muito corpulentas e com muita massa muscular
podem ter um IMC muito elevado e não ter gordura", afirmou ela.
Nesta investigação,
os médicos calcularam o IMC e a obesidade abdominal - esta última, mede a
circunferência da cintura e a relação cintura/altura - dos 1.120 participantes.
Tantos os pacientes quanto o grupo de controle mostraram IMCs parecidos, embora
a circunferência de cintura e a relação cintura/altura fossem maior nos
pacientes com isquemia.
Até agora, estudos
anteriores tinham associado claramente a obesidade com doenças cardiovasculares,
mas não com o risco de AVC isquêmico.
(Com informações da
Agência EFE)
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