Terça-feira, 23 de maio de 2017
Imagem ilustrativa
Recentemente foi lançada no Brasil uma série americana baseada
no livro Thirteen Reasons Why (Os treze porquês), a qual aborda o tema suicídio
na adolescência. O sucesso de audiência foi tanto que provocou bastante
discussão sobre o assunto na web e fora dela. Casos de suicídio entre jovens são
recorrente nos noticiários e os números vêm crescendo ao longo dos anos. É
comum lermos sobre adolescentes que tiraram a própria vida por causa de jogos
de vídeo game, desentendimentos amorosos e bullying na escola. De acordo com a
psicóloga Yara Satie dos Santos, essa faixa etária é marcada por oscilações de
humor, rebeldia e, até mesmo, mudanças de atitude. “Porém, alterações
significativas que comecem a acarretar prejuízos na rotina devem ser
valorizadas e analisadas por especialistas”, alerta.
Os
fatores mais presentes em suicídios na infância ou adolescência são presença de
doença mental, depressão, dependências químicas e questões sociais e culturais.
Conforme a especialista, normalmente o ato de tirar a própria vida vem
precedido de três etapas: ideação suicida (quando existem pensamentos e planos
para que o objetivo seja alcançado); a tentativa (uso de medicações, venenos,
pular de locais inapropriados, envolvimento em brincadeiras de alto risco,
entre outros); e o suicídio consumado. “Normalmente, entre a ideação e o
suicídio, há um período em que é possível buscar ajuda especializada”. Por
isso, é necessário os pais observarem de perto o comportamento de seus filhos
e, aos primeiros sinais de atitudes sugestivas de um quadro depressivo, procurarem
auxílio. “Devem ficar atentos à irritabilidade, explosão de raiva,
desinteresse, alteração de sono e apetite, dificuldade de concentração, falta
de memória, entre outros”, aconselha Yara.
O início da depressão pode se
manifestar de modo camuflado. “É comum familiares atribuírem as mudanças
comportamentais apenas à fase de transformações em que o jovem está passando e
não enxergar consequências futuras, como o suicídio”, comenta a psicóloga. Ela
enfatiza que depressão na adolescência necessita do cuidado de um profissional
especializado. “Se necessário, medicações de suporte podem ser indicadas e
controladas por um psiquiatra e o suporte emocional fica a cargo do psicólogo”.
Além do acompanhamento especializado, o apoio das pessoas próximas, principalmente
dos pais, é indispensável ao tratamento do jovem deprimido, sem críticas,
julgamentos, cobranças ou comparações. “A presença afetiva e acolhedora
propicia benefícios duradouros”, finaliza.
Notícias ao Minuto