Terça-feira, 06 de junho de 2017
O balanço do
grande atentado de 31 de
maio em Cabul superou 150 mortos, anunciou o presidente do
Afeganistão, Ashraf Ghani, em um discurso durante uma conferência multinacional
para a paz. Até então, as autoridades falavam em 90 mortos.
"Mais de 150
filhos e filhas do Afeganistão, inocentes, morreram e mais de 300 foram
hospitalizados com queimaduras ou membros amputados", declarou Ghani,
segundo a France Presse. No dia do ataque, o vice-ministro do Interior, Murad
Ali, afirmou que um total de 460 ficaram feridos.
O ataque que atingiu o
bairro das embaixadas foi o mais violento dos últimos 15 anos na capital afegã.
O caminhão-bomba explodiu em uma área de alta segurança, perto do Palácio
Presidencial, de várias embaixadas e edifícios do governo.
De acordo com a France
Presse (AFP), o caminhão que explodiu continha mais de uma tonelada e meia de
explosivos e deixou uma cratera de sete metros de profundidade.
A explosão foi tão
violenta que abalou parte da cidade, quebrando vidraças e gerando pânico entre
a população. Testemunhas relataram que 30 carros que circulavam na região
ficaram destruídos. Uma densa coluna de fumaça podia ser vista à distância.
A Embaixada da Alemanha
ficou danificada, mas as equipes de segurança e o governo alemão não acreditam
que o imóvel era o alvo do ataque. Os prédios da França e da Turquia também
foram afetados.
Ultimato
No mesmo discurso,
Ashraf Ghani deu um ultimato aos talibãs para que aproveitem a "última
oportunidade" para a paz ou encarem as consequências", de acordo com
a France Presse. O atentado não foi reivindicado, mas o governo acusa a rede
Haqqani, aliada dos talibãs afegãos.
"Damos uma
oportunidade à paz, mas não é uma oferta ilimitada no tempo. (...) É a última
oportunidade, aproveitem ou sofrerão as consequências", afirmou durante a
conferência, que reúne representantes de 20 países em Cabul.
A opinião pública está
cada vez mais indignada com o governo de Ghan pela catastrófica deterioração da
segurança no país. Dois dias depois do ataque, centenas de manifestantes
tomaram as ruas para protestar. Quatro pessoas morreram em
confrontos com a polícia.
No sábado (3), uma
série de explosões em cadeia fez várias vítimas durante o enterro de um
homem que faleceu durante protestos.
Durante
manifestações nos últimos dias, muitas pessoas pediram a renúncia do governo
por sua incapacidade para resolver a situação.
G1