Terça-feira, 27 de junho de 2017
O presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta
segunda-feira (26) que nada o "destruirá" ao citar as medidas
econômicas propostas pelo governo, como o Teto de Gastos, que limita os gastos
públicos pelos próximos 20 anos. "Não há plano B, há que se seguir
adiante. Portanto, nada nos destruirá. Nem a mim nem a nossos ministros",
afirmou.
A fala de Temer
acontece na véspera à apresentação de denúncia contra ele por parte do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo a expectativa do próprio
Planalto, a denúncia deve ser feita até esta terça-feira (27), primeiramente
por corrupção passiva. O presidente também pode vir a ser denunciado por
obstrução à Justiça e organização criminosa. Temer já é alvo de inquérito pelos
supostos três crimes no STF (Supremo Tribunal Federal).
Com baixíssima
popularidade, o presidente Michel Temer se ampara na retomada da indústria e da
geração de empregos para se sustentar no cargo. No sábado, pesquisa Datafolha
mostrou que Temer está com o pior índice de aprovação entre presidentes nos
últimos 28 anos. A aprovação atual do governo Temer é de 7%, menor índice desde
1989. Na época, com a crise da hiperinflação, o então presidente José Sarney
contava com 5% de aprovação dos entrevistados.
A declaração de
Temer hoje foi dada durante cerimônia no Palácio do Planalto para sancionar a
lei que regulamenta a prática de diferenciação de preços de acordo com a forma
ou o prazo de pagamento escolhidos. Apesar de praticada no dia a dia, antes da
MP (Medida Provisória) publicada em 27 de dezembro do ano passado, a legislação
não autorizava comerciantes a dar descontos aos consumidores que pagassem à
vista ou cobrar mais caro de quem pagasse no cartão de crédito, por exemplo.
Para o presidente,
a política de diferenciação de preços e a abertura de vagas de emprego era,
"há pouco mais de um ano", ou seja, antes de ele assumir a
Presidência efetivamente, "uma miragem, um sonho". Segundo ele, o
país estava em uma crise "seríssima" e com a economia "um pouco
fora dos trilhos".
"Agora temos
direção. Não me canso de falar que o Brasil está nos trilhos, no caminho da
responsabilidade e na rota da superação", afirmou.
Uol Notícias