Sexta-feira, 09 de junho de 2017
O modelo chinês CH-T4 funciona com energia solar e
voa a 20 mil metros de altura - o dobro dos aviões normais.
(China Daily/Reprodução)
Que os chineses possuem uma mentalidade um tanto
megalomaníaca, não é novidade para ninguém. Você, leitor da SUPER, deve se
lembrar, por exemplo, da réplica do Titanic em tamanho original que eles estão construindo por lá, ou do
radiotelescópio gigantesco que eles criaram para caçar alienígenas. Mas, agora, um outro grande desafio chama a atenção: fazer
com que um drone que funcione a energia solar voe mais alto que aviões
comerciais, por até meses sem parar – e a uma velocidade que pode passar dos
200 km/h.
A belezinha ganhou o
nome de Caihong, que significa arco-íris em chinês, mas é carinhosamente
conhecida como CH-T4. Foi criada pela Academia
Chinesa de Aerodinâmica Aeroespacial (CAAA) e, da ponta da asa até a outra, é tão
grande quanto um Boeing 737-800: são 40m de tamanho. Para que o modelo pese 400
quilos – quase 200 vezes menos do que o Boeing pode pesar – o segredo está nos materiais de que
é feito: plástico e fibra de carbono.
Voar
na casa dos 65 mil pés (correspondência na aviação para os 20
mil metros, o dobro dos aviões comuns) significa uma visão totalmente
livre de nuvens, e, assim, um aproveitamento gigante da luz solar. A energia
conseguida durante o dia permite abastecer as baterias acopladas no drone, que
fornecerão a energia necessária para voar à noite.
Durante um teste feito
no fim do mês passado, o protótipo saiu de um aeroporto do noroeste da China de manhã e retornou à noite. Mas, de acordo com os
cientistas da CAAA, o CH-T4 foi projetado para fazer trajetos bem mais
demorados – que podem durar até meses. E o melhor, de maneira quase
independente, sem grande necessidade de supervisão humana.
No que diz respeito a tamanho e
altitude, o primeiro lugar entre os drones permanece pouco
ameaçado com o Helios
Prototype, desenvolvido pela Nasa e que supera a versão chinesa em tamanho e autonomia. O modelo tem envergadura de 75
metros e conseguiu, em agosto de 2001, voar a mais de 96 mil pés. No
entanto, voar por meses tornaria o drone chinês o melhor no quesito autonomia –
entre qualquer aeronave movida a energia solar. Certos drones já
foram capazes de voar alguns dias sem parar, e, no ano passado, um avião chegou
a circundar o mundo em 23 dias initerruptos, movido apenas pela força do Sol.
Apesar
de ainda não estar pronto para ser produzido em larga escala, espera-se que o
CH-T4 sirva para aplicações comerciais em breve, atuando em áreas como
telecomunicações e sensoriamento remoto.
Super Interessante