Sexta-feira, 07 de julho de 2017
Novo prefeito
anunciou medidas para nova gestão, como renúncia ao aumento salarial e
devolução de carros alugados.
Luiz Antonio assume o
comando da Prefeitura de Bayeux
Foi empossado como prefeito de Bayeux, nesta quinta-feira
(6), Luiz Antonio de Miranda (PSDB), que era vice de Berg Lima (Podemos) -
gestor que foi preso e afastado do cargo nesta quarta-feira (5).
Berg
Lima foi preso em flagrante pelos crimes de corrupção passiva e peculato após
ser flagrado recebendo dinheiro de uma suposta propina durante operação do
Ministério Público da Paraíba em conjunto com a Polícia Civil. Diante do
flagrante, o
Tribunal de Justiça da Paraíba decidiu afastá-lo do cargo de prefeito de
Bayeux.
Luiz
Antonio foi empossado em sessão solene na Câmara Municipal de Bayeux, nesta
quinta-feira (6). Durante seu discurso, ele declarou que vai abrir as portas da
Prefeitura de Bayeux para que o Tribunal de Contas do Estado (TCE), o
Ministério Público da Paraíba e a Polícia Civil possam fazer todas as
investigações necessárias.
"Posse é momento de festa, de alegria, mas nesse momento, a
decepção e a frustração toma conta de toda cidade. Estou chocado assim como
vocês, incrédulo", disse o novo prefeito sobre a prisão de Berg Lima.
Ele ainda fez
anúncios de mudanças na gestão para superar a crise pela qual o Município
passa. Segundo ele, a folha de pagamento vai ser diminuída “para respeitar a
lei”, uma vez que ela foi "estourada" em mais de 60%. Ele também
declarou que vai abrir mão do aumento salarial dado em 2016 ao prefeito e aos
secretários, o que deve representar uma economia anual de R$ 1 milhão, e que
vai devolver todos os carros alugados para uso também do prefeito e dos secretários.
Além disso, Luiz
Antonio vai suspender o pagamento de fornecedores, para que os contratos sejam
revisados “com transparência e com o máximo de urgência, para que a máquina não
pare de trabalhar”.
"Sou
prefeito interino e sei da minha responsabilidade, mas acredito na capacidade
do nosso povo. Não apenas desafios administrativos, mas o desencanto de uma
cidade em choque. Bayeux não aceitará e nem perdoará uma nova decepção",
declarou Luiz Antonio.
Berg Lima se diz 'vítima de uma armação
política'
A assessoria de
imprensa de Berg
Lima enviou uma nota à imprensa, na qual ele diz estar sendo "vítima de
uma armação política", e que o prefeito confia na Justiça e
vai esclarecer os fatos. Segundo a nota, Berg Lima afirma que não praticou ato
ilegal contra o povo e contra a cidade. A defesa do prefeito informou ao G1 que vai pedir um habeas corpus.
Prefeito de Bayeux, Berg
Lima, é conduzido à Central de Polícia Civil, em João Pessoa (Foto: Walter
Paparazzo/G1)
Prefeito Berg Lima foi preso em flagrante
O flagrante foi
realizado durante uma ação realizada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB).
O recebimento do dinheiro foi filmado, e o vídeo mostra um empresário
fornecedor da prefeitura de Bayeux contando o dinheiro, que soma R$ 4 mil, e
entregando ao prefeito. As informações são do promotor de Justiça e coordenador
do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério
Público da Paraíba, Octávio Paulo Neto.
O dinheiro seria
uma contrapartida para que o empenho do empresário fosse liberado. Nas imagens,
após a contagem do dinheiro, o prefeito faz uma ligação para um secretário,
solicitando a liberação do empenho. No diálogo, o fornecedor pede a liberação
do empenho. "Me dê uma 'brechinha' para eu trabalhar, homem, eu estou
precisando de um fôlego", diz o empresário.
"Coloque num envelope, por favor", pede o prefeito Berg Lima
antes de receber o valor da suposta propina.
Segundo o
delegado Lucas Sá, não há suspeita de envolvimento de outras pessoas no
esquema. Pelos crimes, Berg Lima pode ser condenado a até 24 anos de prisão. O
empresário que filmou o pagamento da suposta propina a Berg Lima foi um
colaborador premiado e era “vítima” das “condutas” do gestor, segundo afirmou o
delegado.
"Todas as negociações tratativas, todos os valores eram pagos
diretamente ao prefeito, em espécie e em mãos", explicou o delegado.
De acordo com
Lucas Sá, o empresário não receberia os valores devidos a ele se não pagasse a
suposta propina solicitada pelo prefeito. “Então não existia outra conduta pra
ele. Ou pagava a propina ou ficava sem receber e fechada suas empresas. Ele
preferiu pagar, mas comunicar os fatos à polícia e possibilitar, então, a
prisão do prefeito”, disse.
Por G1 PB
Por G1 PB