Sábado, 23 de setembro de 2017
Michel Temer. Foto: Dida
Sampaio/Estadão
O advogado Antônio Mariz de Oliveira
informou que deixará a defesa do presidente Michel Temer. A decisão veio após
a Câmara dos Deputados receber, na quinta-feira (21), do Supremo Tribunal
Federal, a nova denúncia contra o presidente apresentada pela Procuradoria
Geral da República (PGR).
O
advogado alega que deixará a defesa do presidente por questões éticas, porque
já atuou na defesa do doleiro Lúcio Funaro, e que, por isso, recebeu
informações dele relacionadas à nova denúncia contra Temer.
Funaro
afirmou ter “certeza” que Temer recebia propina paga no esquema na Caixa
Econômica Federal e envolvia políticos do PMDB. Além disso, afirmou que o
advogado José Yunes, amigo e ex-assessor do presidente, era um dos
responsáveis por administrar as propinas supostamente pagas ao
presidente e por fazer o “branqueamento” dos valores.
De
acordo com ele, para lavar o dinheiro e disfarçar a origem, Yunes investia os
valores ilícitos em sua incorporadora imobiliária.
Em
resposta, o Palácio do Planalto declarou: “É uma mentira absoluta. O presidente
contesta de forma categórica qualquer envolvimento de seu nome em negócios
escusos.”
A
Presidência da República afirmou que Funaro “mais uma vez desinforma as
autoridades” e que todos os imóveis do presidente Michel Temer foram comprados
de forma “lícita”.
Os
depoimentos de Lúcio Funaro ao Ministério Público Federal (MPF) foram
utilizados pela Procuradoria Geral da República na segunda
denúncia apresentada contra Temer, por organização criminosa e
obstrução de Justiça.
A
Corte só poderá analisar a acusação se a Câmara autorizar. A votação pode
acontecer em outubro, segundo estimou o presidente da Casa, Rodrigo Maia
(DEM-RJ).
Assim
como na primeira denúncia oferecida contra Temer, por corrupção passiva, caberá
à Câmara dos Deputados decidir se autoriza ou não a continuidade do processo ao
Supremo.
Se
a denúncia seguir para o STF e os ministros decidirem aceitá-la, Temer se
tornará réu e será afastado do mandato por até 180 dias.
Mas,
para a acusação da PGR contra o presidente seguir para a Corte, são necessários
os votos de, no mínimo, 2/3 dos deputados, ou seja, 342 dos 513.
Se
a Câmara não der aval ao prosseguimento do processo, a denúncia ficará parada
até o fim do mandato de Temer, em 31 de dezembro de 2018.
G1