Segunda-feira, 11 de setembro de 2017
Técnico evita
tratar Brasileiro como laboratório, mas admite que precisa colocar reservas
para jogar enquanto se prepara para Sul-Americana e final contra o Cruzeiro na
Copa do Brasil
Melhores momentos:
Botafogo 2 x 0 Flamengo pela 23ª rodada do Brasileirão
Em um minuto e meio na primeira resposta da coletiva, Rueda
deu voltas e disse que a opção de atuar sem seus principais titulares na
derrota por 2 a 0 para o Botafogo não significava deixar a Copa do Brasil e
Sul-Americana como prioridades.
Ao longo da entrevista, o treinador
colombiano deixou nas entrelinhas que está vendo as respostas dos jogadores -
foi assim na Primeira Liga e se repetiu no Engenhão. Se não são meros testes, é
um laboratório num momento em que a distância para o pelotão da frente no
Brasileiro segue distante.
Com 35 pontos, são 15 de diferença
para o Corinthians, oito do Grêmio e seis do Santos. A derrota no Nilton Santos
foi a primeira nos sete jogos de Rueda pelo Flamengo - anteriormente, eram três
vitórias e três empates. A defesa sofreu como não havia acontecido ainda com o
treinador colombiano.
Para ele, a diferença entre o Flamengo, que foi melhor no
primeiro tempo, e o Botafogo, melhor na segunda etapa, foi a eficácia
alvinegra. As mexidas - Rafael Vaz, Trauco, Rômulo, Matheus Savio e Geuvânio
atuaram desde o início - fizeram a equipe sofrer um pouco, principalmente com a
força física do Botafogo.
- A escalação de hoje não era para priorizar a
Sul-Americana e Copa do Brasil. Mas era para colocar alguns jogadores que não
vêm jogando com regularidade, mas isso se paga, né. Isso se paga. Infelizmente,
não fomos eficazes no primeiro tempo. Foi jogo de dois tempos diferentes e não
finalizamos no primeiro tempo quando tivemos o controle do jogo. E depois o Botafogo
mostrou sua força. É uma equipe com muita aplicação, com muita força nas bolas
paradas. E saíram muito bem no contra-ataque. Ali resolveram o jogo. Temos que
levantar a cabeça e fazer o trabalho para quarta-feira contra a Chapecoense -
disse o treinador do Flamengo.
Confira outras declarações de Reinaldo Rueda na coletiva
Rodízio nas competições
A escalação passa mais porque o
Botafogo esta semana não jogou. Nós jogamos contra o Cruzeiro. A ideia é ir
alternando os jogadores para chegar em bom nível na Sul-Americana e na final da
Copa do Brasil. Temos que saber que o próximo jogo na quarta contra a
Chapecoense é difícil também. Hoje atuaram vários dos titulares para manter
ritmo e outros que estavam na reserva. O resultado é devido à eficácia do Botafogo.
Principalmente no segundo tempo.
Primeira derrota
Nunca queremos perder. Temos que ser
maus perdedores, por tudo que significa Flamengo, pela rivalidade, pelo
clássico. Mas eu tinha confiança na escalação oficial. O primeiro tempo
terminou 0 a 0 com bom controle de jogo nosso, mas faltou completar. Temos que
assimilar essa derrota e reconhecer que tínhamos um grande rival como o
Botafogo.
Guerrero jogou isolado?
Não achei que Guerrero esteve
sozinho no ataque. Quem sabe faltou decisão, capacidade de decisão nos 20
metros final. Ou insegurança de finalizar, quisemos sempre finalizar de perto.
Faltou atrevimento, agressividade ofensiva para jogar no gol rival. Geuvânio
teve chance, Ribeiro teve, Savio tentou, mas não creio que foi questão de
acompanhamento no ataque, mas de tomada de decisão.
Disputa de Cuéllar, de 1,76m, contra Rabello, de 1,91m, no gol
Na situação concreta da bola parada
do gol sim (houve erro). Igor ganhou a posição de Cuéllar, mas considero que
não é situação de altura, de biotipo, mas sim questão de decisão, de
concentração. No jogo anterior, houve situação de Igor Rabello, que Roger não
conseguiu completar.
Os que vêm com ritmo, que têm mais
jogos seguidos vêm tendo melhor rendimento. Hoje tentamos igualar essa situação
contra grande rival, consciente de que têm compromisso na quarta. Sabíamos que
era jogo para ganharem ritmo, nós também queríamos alternar nossos jogadores na
quarta contra a Chapecoense.
Domínios alternados na partida
Sem dúvida penso que foi incrível a
diferença no primeiro tempo e do segundo tempo. Um tempo para o Flamengo, outro
para o Botafogo. Dois tempos muito diferentes. A diferença é que o Botafogo foi
eficaz. Mas não há explicação para essa diferença. Quem sabe por alguns
jogadores que vinha sem ritmo, como Matheu Savio, Geuvânio, Éverton Ribeiro,
que não podem jogar a Copa do Brasil. Creio que isso influi na situação da
parte ofensiva nossa.
Atuação de Diego Alves e dificuldades na posição
Acredito que Diego Alves foi bem.
Não teve responsabilidade direta nas situações dos gols. Houve muito
oportunismo e agressividade do Botafogo na bola parada, o que fez a diferença.
Mas acredito que não é fácil falar da posição, penso que estamos passando por
fase de avaliação, de diagnóstico.
Jogamos poucas vezes, não se pode
dar sentença por conta de uma ou duas partidas. Hoje alguns jogadores jogaram
pela primeira vez comigo, como Trauco, Savio, e Rômulo, o segundo jogo. Assim,
quem sabe, me reservo a conhecer melhor a situação, para eu fazer diagnóstico
mais claro do que necessitamos estimular e fortalecer na escalação da equipe.
Oportunidade perdida
Os resultados jogaram a favor da
gente, tínhamos que aproveitar para recuperar a posição na tabela, mas assim é
o futebol. No primeiro tempo tivemos controle improdutivo, controle que não foi
contundente, depois fomos surpreendidos na bola parada. Vamos preparar nosso
jogo na próxima quarta. Vamos jogar num campo muito difícil, eles são fortes em
casa, vão tentar aproveitar para tentar um bom resultado.
O que disse a Diego Alves no lance que quase perdeu a bola?
Disse a ele para ter consciência da
situação do jogo, da pressão do Botafogo. Pedi para aproveitar o espaço, pois
estávamos comprometendo a nós mesmos, facilitando a pressão do Botafogo.
Tínhamos que evitar situação de risco.
Mais testes no Brasileiro?
Essa profissão (treinador) é muito
exigente. Os garotos, os jogadores que atuaram estavam com muito desejo, muita
motivação, muita vontade, mas o futebol é de continuidade, enfrentamos rival
muito forte, muito aplicado. Era para tentar fazê-los jogar, mas também para
buscar o resultado. Não queremos perder nem nos treinos, ainda mais num
clássico contra o Botafogo.
Reencontro com a Chapecoense
Para nós, da comissão técnica, é
situação afetiva, psicológica e especial por tudo que se sucedeu recentemente.
Mas agora estamos no Flamengo, com tudo que significa a irmandade, a
solidariedade com a Chapecoense, mas nossa profissão, nossa exigência é buscar
o resultado.
Por
Raphael Zarko, Rio de Janeiro