Sexta-feira, 17 de novembro de 2017
No
barraco onde vive o casal Maria Lúcia da Silva, 50, e Weverton dos Santos, 30,
o botijão de gás vazio está guardado debaixo da cama.
A pequena moradia tem um vão só, onde se espremem sofá,
eletrodomésticos e as duas camas, onde o casal dorme com os dois filhos. Em
cima do antigo fogão, não há nada a não ser poeira. Para cozinhar, a família
improvisou dois tijolos e uma grelha.
O fogo vem da madeira velha –ou de restos dela– que Santos
consegue catar na rua. Há mais de um mês, os dois, que vivem na favela Sururu
de Capote, na periferia de Maceió, não conseguem comprar um botijão de gás por
conta do preço alto. Na região, não sai por menos de R$ 70.
“E já mandaram avisar que vai subir para R$ 80. Eu não tenho
opção: ou compro o gás, ou a comida”, conta Santos, que é catador de latinhas e
não tem renda mensal fixa. O último reajuste da Petrobras ocorreu no dia
4, quando foi anunciada uma alta de 4,5% no preço no botijão de 13 kg.
Desde junho, quando a estatal mudou a forma de políticas de preço, foram cinco
aumentos, que somaram 54% de alta.
UOL