Sábado, 20 de janeiro de 2018
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem
(18) que "se o PT quiser" será candidato à Presidência da República,
"aconteça o que acontecer". Nem radical, mas também sem ser
"Lulinha paz e amor", como em 2002, afirmou, durante quase uma hora
de discurso em evento na Casa de Portugal, bairro da Liberdade, região central
de São Paulo.
O ato em
apoio ao direito de Lula ser candidato, que começou às 20h e terminou perto da
meia-noite, reuniu artistas, intelectuais, políticos, inclusive de outras
legendas, e representantes de movimentos sociais.
Pouco
antes do pronunciamento, o líder dos sem-terra Gilmar Mauro já havia adiantado
que no dia 25 - imediatamente após o julgamento no Tribunal Regional Federal da
4ª Região (TRF4), em Porto Alegre - "o movimento social em geral, e
particularmente o MST, vai lançar a candidatura de Lula, independentemente do
resultado".
Ele disse
estar tranquilo, seja qual for o resultado do julgamento. "Eu duvido que
os juízes que já me julgaram ou que ainda vão me julgar estejam com a
tranquilidade que eu estou. Estou com a tranquilidade dos justos, dos
inocentes", afirmou o ex-presidente. E vai continuar assim, garantiu:
"A minha tranquilidade vai infernizar a vida deles".
O
ex-presidente disse que não sabe qual será a decisão no próximo dia 24 e que
não pode falar sobre os juízes do TRF4, porque não os conhece. "A única
coisa que peço é que leiam a peça de acusação, de defesa, veja o que as
testemunhas falaram e condenem ou absolvam. O que não posso é ser condenado por
um crime que não cometi."
Sobre seu
processo, ele criticou integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato e
chamou o inquérito de mentiroso. "O Moro sabia que não tinha crime, mas o
Moro, o MP (Ministério Público) e a PF (Polícia Federal) estavam com o rabo
preso com a mídia e não podiam mais desdizer", afirmou Lula.
Ainda
sobre a Lava Jato, ele ironizou o fato de a operação, segundo se noticia, ter
garantido a devolução de R$ 1,4 bilhão à Petrobras. "Pedro Parente (atual
presidente da companhia) devolveu aos americanos quase 10 bilhões, antecipando
uma decisão judicial de primeira instância nos Estados Unidos." Por essa
razão, emendou, "o que está em jogo é uma coisa mais forte que o Lula, é
uma coisa chamada soberania nacional".
Lula disse
sempre ter defendido um Ministério Público forte. E que aqueles que roubam
devem ir para a cadeia. "Eles sabem que eu penso assim." E a
reafirmou sua inocência. "Nunca poria vocês (dirigindo-se ao público)
nessa luta se eu estivesse escondendo alguma coisa de vocês."
Vários
ex-ministros de Lula participaram do ato, como Celso Amorim, Luiz Dulci,
Aloizio Mercadante, Alexandre Padilha, Fernando Haddad, Eleonora Menicucci e
Paulo Vannuchi, além de Luiz Marinho, atual presidente estadual do PT.
Redação
NE1 com Notícias ao Minuto e Eduardo Figueiredo