Sábado, 10 de março de 2018
As três derrotas do São
Paulo nos três primeiros clássicos deste ano dizem muito sobre os problemas da
equipe do técnico Dorival Júnior nos dois primeiros meses da temporada. Contra
o Corinthians (2 a 1), o elenco não teve poder de reação durante a partida,
diante do Santos (1 a 0), o Tricolor não demonstrou poderio ofensivo e, por
fim, no revés para o Palmeiras, na última quinta (8), o time não teve
personalidade para se impôr na casa do adversário.
Curiosamente, os clássicos foram os
únicos duelos que o São Paulo fez neste ano contra clubes que serão seus
adversários na Série A do Brasileirão, que começa em pouco mais de um mês (14
de abril). Apesar do cansaço por conta da maratona (14 partidas no ano e média
de um jogo a cada 3,6 dias), a equipe ainda não demonstra variação ofensiva e
peca em momentos decisivos.
No primeiro clássico de 2018, diante do
Corinthians, no Pacaembu, o Tricolor não fez partida ruim. O time de Fábio
Carille abriu o placar no início do jogo, o São Paulo teve forças para empatar,
levou outro gol e mesmo assim criou algumas jogadas interessantes no segundo
tempo. A impressão, no entanto, era de que o Alvinegro de Parque São Jorge,
mesmo sem a posse da bola, dominou o duelo quase por inteiro.
Na ocasião, a equipe do Morumbi
demonstrava uma de suas principais fragilidades: a falta de um espírito
combativo para superar situações adversas. Prova disto é que dos seis jogos que
o time saiu atrás do marcador, conseguiu virar a partida em apenas uma
oportunidade (contra o Linense). No mais, nem sequer o empate foi conquistado.
Diante do Santos, o São Paulo criou
mais oportunidades (20 contra 5) e rondou o gol defendido por Vanderlei durante
os noventa minutos de partida. Na sua única chance clara no duelo, o atacante
Gabigol, do Peixe, acertou um chute de rara felicidade e deu a vitória para a
equipe da Baixada. Mais uma vez, o Tricolor deixava claro suas falhas. Desta
vez, demonstrava a dificuldade para concluir as jogadas e vencer confrontos
importantes para a torcida.
Por fim, contra o Palmeiras, os
comandados de Dorival Júnior seguiram a cartilha dos clássicos anteriores e,
novamente, apresentaram uma fragilidade. No primeiro tempo da partida, o Verdão
foi absoluto. Dominou todas as ações do jogo e fez o resultado no Allianz
Parque. O Tricolor foi para o intervalo sem nem sequer ter acertado o gol
defendido por Jailson.
Como já vem acontecendo há alguns anos,
não é incomum o São Paulo encontrar dificuldades para se impôr perante
adversários de mesma dimensão. Sem vencer nem um título sequer desde a Copa
Sul-Americana de 2012, a impressão passada pelos seguidos elencos montados pela
diretoria é de que o Tricolor tem dificuldade para impôr respeito aos seus
adversários, algo que era comum na década passada.
Com um calendário apertado, cobrado
incessantemente por bons resultados e lidando com a pressão de anos sem
títulos, o técnico Dorival Júnior praticamente não tem tempo, e muito menos
tranquilidade, para exercer seu trabalho e corrigir os defeitos apresentados
pela equipe. Isso sem contar que o emprego do treinador está por um fio. Como
resolver os problemas?
Terra