Quarta-feira, 11 de abril de 2018
O ministro Marco Aurélio Mello,
do Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu na pauta de julgamentos da Primeira
Turma do STF a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o
senador Aécio Neves (PSDB-MG) pelos crimes de corrupção passiva e obstrução à
Justiça. Apresentada em junho de 2017 pelo ex-procurador-geral da República
Rodrigo Janot e endossada pela atual chefe da PGR, Raquel Dodge, a acusação
será analisada na próxima terça-feira ,17, pelos cinco ministros que compõem o
colegiado: Marco Aurélio, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Alexandre de Moraes
e Luiz Fux. Caso a Primeira Turma acolha a denúncia, Aécio se tornará réu e
será julgado pelos supostos delitos.
A
acusação da PGR foi formulada no âmbito da Operação Patmos, deflagrada a partir
das delações premiadas de executivos do Grupo J&F. Em março de 2017, o
empresário Joesley Batista, um dos sócios do conglomerado, gravou o senador
tucano pedindo-lhe 2 milhões de reais que supostamente seriam empregados no
custeio de sua defesa na Operação Lava Jato. Ocorrido em um hotel em São Paulo,
o encontro terminou com Joesley concordando em pagar o valor.
O
montante foi entregue em quatro parcelas de 500.000 reais, em dinheiro vivo, a
um primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, nos dias 5, 12, 19 de abril e
3 de maio. Parte dos valores foi entregue a Mendherson Souza Lima, ex-assessor
do senador Zezé Perrella (MDB-MG), que levou o dinheiro a Belo Horizonte.
Por
meio das chamadas “ações controladas”, a Polícia Federal filmou os dois
recebendo o dinheiro das mãos do diretor de Relações Institucionais da JBS e
também delator, Ricardo Saud. Além do senador, foram denunciados Pacheco de
Medeiros, Souza Lima e a irmã de Aécio Andrea Neves.
Segundo
a denúncia apresentada por Janot, Andrea procurou Joesley Batista em fevereiro
de 2017 para intermediar o encontro entre o empresário e o senador, no qual o
acerto da propina foi feito.
Paraíba Notícia e Veja