Domingo, 26 de agosto de 2018
O Alzheimer ainda é um problema sem cura e iniciar o
tratamento da doença precocemente é apontado como um dos pontos mais
importantes para prolongar a memória e a qualidade de vida do paciente.
Uma nova descoberta, feita por pesquisadores da Escola de Medicina da
Universidade Washington (EUA), pode ajudar bastante isso.
Em um estudo publicado esta semana no
periódico JAMA
Ophthalmology, os cientistas revelaram que um simples exame de vista,
realizado em grante parte das clínicas, pode ser um indicador de
Alzheimer em pessoas que ainda não apresentam sintomas da doença,
antecipando seu tratamento e postergando os danos causados ao cérebro.
Em estudos anteriores, pesquisadores já
haviam reportado que pessoas
mortas com Alzheimer apresentavam sinais de alteração no centro da retina e no
nervo óptico. No trabalho científico feito pela
Universidade Washington, os médicos examinaram os olhos de 30 idosos com
cerca de 70 anos que ainda não apresentavam sintomas de Alzheimer por
meio de uma angiografia por tomografia de coerência óptica (OCT) --que permite
avaliar os vasos sanguíneos da retina e do nervo óptico.
Todos os voluntários eram pacientes
do Knight
Alzheimer's Disease Research Center e, mesmo sem sinais do problema, 17 deles
apresentaram em testes invasivos anteriores elevado nível de
beta-amilóide ou TAU no cérebro --fator associado à
doença degenerativa. Portanto, eles tinham grande potencial de desenvolver
o mal neurodegenerativo, o que os pesquisadores chamaram de "Alzheimer
pré-clínico".
"Todos nós temos uma pequena área
desprovida de vasos sanguíneos no centro de nossa retina. Descobrimos que essa
região sofreu um aumento significativamente nos 17 idosos com Alzheimer pré-clínico", afirmou Paul A. Cibis, um dos responsáveis
pelo estudo. A alteração no olho não foi demonstrada nos 13 pacientes que
não apresentaram nível elevado de beta-amilóide ou TAU.
Os pesquisadores ressaltam que é
necessário replicar o teste em um número maior de pessoas para confirmar a
descoberta. No entanto, eles acreditam que, caso essas alterações nos
olhos realmente sejam um sinal de Alzheimer, isso vai ajudar bastante a identificar
o risco de demência em pessoas com 40 ou 50 anos e antecipar seu
tratamento em um momento em que o cérebro não sofreu tantos danos.
Fonte: UOL