Segunda-feira, 19 de novembro de 2018
Incidente aconteceu em
partida do Campeonato Paraibano de Futebol Feminino, no CT Ivan Thomaz, em João
Pessoa, e não havia médico nem ambulância no momento do ocorrido
Foto: Reprodução/TV Cavo Branco
Um episódio chocante chamou a atenção nesse domingo, em uma
partida do Campeonato Paraibano de Futebol Feminino. Desportiva Picuiense e
Guará se enfrentavam pela segunda rodada da competição, em João Pessoa, quando
a meio-campista Girlene, da Picuiense, sofreu um ataque epilético durante a
partida. Ela recebeu alguns primeiros cuidados, de forma precária, ainda no
campo de jogo, e teve que esperar mais de meia hora até que uma ambulância do
Corpo de Bombeiros chegasse ao local e a levasse para uma Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) da cidade. Na UPA, ela foi examinada pelos médicos e liberada
em seguida.
Durante a partida, o
Guará venceu a Picuiense por 4 a 0. Mas o resultado acabou ficando em segundo
plano quando Gigi, como é mais conhecida a jogadora, caiu no gramado. Ela
sofria alguns espasmos pelo corpo, enquanto colegas de time a abanavam com
camisas. As imagens da TV Cabo Branco (afiliada da Rede Globo em João Pessoa)
mostram bem que a atleta está desacordada e com tremores nos braços e nas
pernas (confira
no vídeo abaixo). A diretoria do clube não confirma oficialmente qual foi o
problema com a jogadora, mas, segundo o Corpo de Bombeiros, ela teve um ataque
epilético.
Durante alguns minutos, a ajuda das companheiras de time foi
todo o atendimento que Gigi recebeu no gramado. Depois, ainda aparentemente
inconsciente, ela foi retirada do campo pelos maqueiros, e, antes de deixar o
CT Ivan Thomaz, onde aconteceu a partida, chegou a receber os primeiros
socorros de uma auxiliar de enfermagem que estava no local. Apenas após o fim
da partida, mais de meia hora depois, foi que a ambulância do Corpo de Bombeiros
chegou e a levou para a UPA.
Segundo Halid Mohamed, que é diretor de futebol e supervisor das categorias de
base da Picuiense, Gigi foi examinada pelos médicos na UPA, medicada em seguida
e ficou em observação até as 19h. Depois disso, seguiu com o grupo no retorno à
cidade de Picuí, onde fica a sede do clube.
-
Gigi passou mal. Infelizmente, não tinha ambulância no estádio e, após um bom
tempo, ela foi socorrida para o hospital, onde ficou em observação até as 19h,
quando foi liberada pelo médico - disse Halid.
Gigi foi retirada do
campo numa maca, carregada pelos maqueiros e por duas companheiras suas de time
— Foto: Reprodução / TV Cabo Branco
A demora no atendimento aconteceu porque, de fato, não havia
médico e ambulância no local. Como se trata de uma competição amadora, não há a
obrigatoriedade de profissionais e transporte da saúde à beira do campo, assim
como também não há exigência de policiamento.
- O Estatuto do Torcedor só obriga em
jogos profissionais - destacou Otamar Almeida, que vem exercendo o cargo de
diretor executivo da Federação Paraibana de Futebol (FPF), desde que a nova
presidente, Michelle Ramalho, tomou posse, há pouco mais de um mês e meio.
Derrotada por 4 a 0 e ainda sem pontuar
no Campeonato Paraibano de Futebol Feminino, a Picuiense voltou para casa ainda
assustada com o episódio de Gigi, que passa bem. E temerosa com o que pode
acontecer à saúde de suas atletas nas próximas partidas, que seguirão sem a
obrigatoriedade de médicos e ambulância.
Bombeiros levam a jogadora até a ambulância e a encaminham a uma Unidade de Pronto Atendimento —
Foto: Reprodução / TV Cabo Branco
Fonte: Por Larissa Keren — João Pessoa