Terça-feira, 11 de junho de 2019
A busca por um consenso em
torno da permanência dos estados na reforma da Previdência é o foco principal
da 5ª reunião do Fórum de Governadores, que será realizada nesta terça-feira,
em Brasília, em meio às repercussões da divulgação ilegal de diálogos entre
procuradores da Lava-Jato e o então juiz federal Sérgio Moro, atual ministro da
Justiça, que pode afetar votações no Congresso. Dentre os participantes está o
governador da Paraíba João Azevêdo (PSB).
Os participantes do Fórum se dividem sobre
pontos cruciais do projeto do governo para Previdência. Embora todos
sejam favoráveis a mudanças nas aposentadorias dos servidores estaduais e
municipais, governadores do Nordeste fazem jogo de cena, ao condicionar
apoio à reforma à exclusão de itens como a modificação do Benefício de
Prestação continuada (BPC), já praticamente acertada com o relator.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha
(MDB), coordenador do Fórum, assegurou ao Correio que discordâncias pontuais
não enfraquecem a unidade em torno da proposta de manutenção dos estados na
reforma da Previdência. “A carta dos governadores do Nordeste mostra que eles
são favoráveis à reforma e querem que ela se estenda a estados e municípios;
apenas querem proteger os mais vulneráveis, caso dos trabalhadores do campo.
Eles também entendem que a reforma deve ser uniforme, o que seria muito difícil
se houver a necessidade de aprovação nas câmaras de vereadores e assembleias
legislativas”, disse o governador do DF.
“Vamos chegar a um consenso, que já está
próximo. As discussões continuam antes mesmo da reunião em Brasília, via
Whatsapp, como sempre tem sido. O tema é muito importante para o país, estados
e municípios. Também vamos traçar estratégias para unir forças com os
parlamentares, que não podem ficar como únicos responsáveis pelas mudanças”,
acrescentou Ibaneis.
A mobilização dos governadores para manter os
estados e municípios na reforma começou depois que vários parlamentares
expressaram posicionamento contrário, temendo sofrer desgastes em seus redutos
eleitorais pelo fato de a reforma ser uma matéria impopular.
Na reunião desta segunda-feira (10/6) em
Brasília, o governador de São Paulo, João Doria, disse que deve haver mais
“convergência” do que “divergência” sobre a reforma da Previdência. “A maioria
dos governadores apoia a reforma e a manutenção de estados e municípios na
proposta original do ministro [da Economia] Paulo Guedes”, afirmou Doria.
Para ele, o encontro deve fechar uma posição que
talvez não envolva todos os governadores, mas certamente terá ampla maioria. “A
busca é pela convergência, pelo entendimento. E está muito próximo de chegarmos
a esse patamar com uma maioria expressiva”, afirmou o governador, que também
foi perguntado por jornalistas sobre as possíveis consequências da divulgação,
pelo site Intercept Brasil, de diálogos entre Moro, e integrantes da
força-tarefa da Lava-Jato.
“É cedo para avaliar. Temos primeiro que
certificar e não precipitar manifestações, decisões e muito menos juízos. É o
momento de ter um pouco de cautela, até termos informações mais concretas,
antes de fazermos qualquer avaliação”, disse o tucano.
“Vamos chegar a um consenso, que já está
próximo. Também vamos traçar estratégias para unir forças com os parlamentares,
que não podem ficar como únicos responsáveis pelas mudanças”, Ibaneis Rocha,
governador do Distrito Federal.
Fonte: PBAgora