Quarta-feira, 17 de julho de 2019
Diferente do governo
Temer, que liberou o dinheiro das contas inativas, a equipe econômica estuda
também o saque das contas ativas.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ao jornal “Valor Econômico” que a expectativa é liberar 42 bilhões de reais do FGTS (Foto: Reprodução)
O governo Bolsonaro
deve anunciar nesta quinta-feira a liberação do saque do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS) para estimular o consumo das famílias e impulsionar a
economia. Diferente do governo Temer, que liberou o dinheiro das contas
inativas, a equipe econômica estuda também o saque das contas ativas — isto é,
vinculadas ao atual emprego do trabalhador e que está recebendo
depósitos.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ao
jornal “Valor Econômico” que a expectativa é liberar 42 bilhões de reais
do FGTS, a serem sacados no mês de aniversário dos correntistas. No caso das
cotas do PIS/Pasep, ele prevê que 21 bilhões ficarão disponíveis. “Agora,
com o avanço na tramitação da Previdência, podemos levar essas medidas
adiante”, afirmou ao jornal durante visita à Argentina, onde participa junto
com o presidente Jair Bolsonaro da cúpula do Mercosul.
No fim de maio, o ministro já havia dito que
as medidas estavam em estudo, mas só seriam anunciadas após a aprovação da
reforma da Previdência. O texto passou em primeiro turno na Câmara dos
Deputados semana passada e tem segunda votação agendada para agosto. Após a
tramitação na casa, a medida precisa passar pelo Senado para começar a valer.
No caso das contas ativas, uma das ideias é
autorizar os saques proporcionais. Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”,
quem tem até 5 mil reais no fundo, poderia pegar 35% do saldo; trabalhadores
com até 10 mil reais no FGTS teriam autorização para sacar 30%. Ainda se
discutia qual parcela terá direito quem tem entre 10 mil reais e 50 mil reais
no FGTS, mas o porcentual não foi definido. Acima de 50 mil reais, o
trabalhador só poderia sacar 10% do saldo total.
Em 2017, 25,9 milhões de trabalhadores fizeram
o saque de cerca de 44 bilhões de reais contas inativas do FGTS, àquelas que
não tem mais depósitos, seja porque o trabalhador pediu demissão ou foi
desligado da empresa por justa causa.
Hoje o trabalhador pode sacar o FGTS se for
demitido sem justa causa. Além da liberação, o funcionário recebe uma multa de
40% sobre o dinheiro depositado no fundo como indenização. Segundo fontes da
equipe econômica, o governo pode limitar o saque do fundo para quem foi
desligado sem motivo da empresa. Com a reforma trabalhista, em vigor desde
novembro de 2017, há uma medida que libera 80% do saldo do FGTS com uma multa
de 20% sobre o fundo para trabalhadores e empresas que entrarem em acordo sobre
o desligamento do funcionário de suas funções.
Atualmente, além do saque após demissão sem
justa causa, há outras situações em que é possível liberar o fundo: compra da
casa própria e doenças graves, como câncer e AIDS, são algumas das
hipóteses.
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