Sábado, 02 de outubro de 2021
Segundo o vice, órgãos de fiscalização devem ser
fortalecidos
Mourão durante evento em Dubai - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O
vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse, neste sábado (2),
que o Brasil precisa garantir a preservação de pelo menos 80% da Amazônia, para
mostrar à comunidade internacional seu compromisso com o bioma. Segundo ele,
estima-se que cerca de 85% da floresta ainda mantêm vegetação natural, o que
limita seu desmatamento a 5%, no máximo.
“Para mostrar à comunidade
internacional que não estamos desistindo da nossa responsabilidade, de que
vamos trabalhar duro para manter a floresta, se formos levar em consideração um
mero cálculo matemático, nós ainda temos 5% para desmatar, nada além disso. Dos
outros 80%, as árvores não podem ser cortadas”, disse Mourão.
O vice-presidente Hamilton Mourão durante visita ao pavilhão de Portugal na Expo Dubai 2020. - Marcelo Camargo/Agência Brasil
A afirmação foi feita durante
uma palestra, proferida em inglês, no pavilhão da Sustentabilidade, da Expo
2020, em Dubai. Ele também defendeu que o país seja pago, em créditos de
carbono, pela preservação da floresta.
Para o vice-presidente, o
governo precisa garantir que as leis ambientais sejam cumpridas e que, para
isso, é necessário fortalecer os órgãos de fiscalização do meio ambiente.
“Agência ambientais do Brasil têm sofrido com pessoal insuficiente e cortes
orçamentários, o que se traduziu em menos eficácia na luta contra corte de
madeira ilegal e incêndios criminosos. Como parte do compromisso do governo
federal em reconstruir a capacidade do Estado na Amazônia, o Ibama foi
autorizado a contratar 500 novos servidores”.
Segundo dados mostrados por
Mourão, nos últimos 32 anos, os menores índices de desmatamento na Amazônia
foram registrados em 2012. Entre 2018 e 2020, no entanto, as taxas cresceram.
No ano passado, a taxa cresceu 7% em relação ao ano anterior, por exemplo.
As maiores pressões ocorrem,
segundo ele, em Rondônia, Mato Grosso e Pará. Ele destacou, no entanto, que os
dados de agosto deste ano mostraram uma queda de 32% em relação ao
mesmo período de 2020.
Bioeconomia
O vice-presidente voltou a
destacar a necessidade de investimentos da iniciativa privada em projetos de
desenvolvimento sustentável da Amazônia, a fim de que se possa evitar uma
exploração predatória da região. “Governos têm a maior responsabilidade em proteger
o meio ambiente nos nossos países. Mas o desenvolvimento sustentável,
particularmente na Amazônia só vai ser bem-sucedido com uma maior participação
do setor privado e outros atores”.
Segundo ele, a bioeconomia, que
seria o uso sustentável da biodiversidade, pode proporcionar negócios que
combinam preservação ambiental, crescimento econômico e inclusão social.
“Empresas, investidores, produtores e empreendedores devem liderar um novo
ciclo de crescimento verde e inclusivo na Amazônia”, disse Mourão.
Além de ter buscado
mostrar à comunidade internacional a imagem de um Brasil que está empenhado em
proteger a Amazônia, Mourão tem tentado, desde que chegou aos Emirados Árabes,
divulgar a investidores internacionais que a região tem grande potencial para um
uso econômico sustentável.
A Amazônia foi citada em suas
postagens em redes sociais, assim que chegou a Dubai. Na sexta (1°), durante
inauguração do Pavilhão do Brasil na Expo 2020, ele voltou a destacar a
necessidade de atrair investimentos sustentáveis para a região.
No domingo (3), ele abrirá
um fórum de sustentabilidade da Amazônia, com empresários do Brasil e dos
Emirados Árabes.
Por: Agência Brasil