Quarta-feira, 03 de março (03) de 2022
Empresas dos setores de
Defesa e de petróleo e gás serão afetadas
EUTERS/Kevim Lamarque/Direitos reservados
Os
Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (2) uma ampliação das sanções
contra a Rússia pela invasão da Ucrânia. Desta vez, as medidas devem afetar
empresas que atuam no setor de Defesa do país euroasiático. Além disso, serão
impostas restrições às importações de bens tecnológicos do principal aliado
russo, a Bielorrússia, cujo território tem sido usado pelas Forças Armadas da
Rússia em ataques contra alvos ucranianos.
"Os
Estados Unidos tomarão medidas para responsabilizar a Bielorrússia por permitir
a invasão da Ucrânia por Putin, enfraquecer o setor de defesa russo e seu poder
militar nos próximos anos, atacar as fontes mais importantes de riqueza da
Rússia e banir as companhias aéreas russas do espaço aéreo dos EUA",
informou a Casa Branca, em comunicado oficial.
O fechamento do
espaço aéreo do EUA para aeronaves russas já havia sido anunciado na noite
de terça-feira (1) pelo presidente Joe Biden, durante discurso no Capitólio
(sede do Congresso estadunidense). Com isso, os EUA se somam a mais de 30
países, incluindo a União Europeia, que já fecharam o espaço aéreo para os
russos.
As novas sanções
anunciadas incluem o bloqueio de 22 empresas e entidades russas do setor de
Defesa, incluindo fabricantes de aeronaves de combate, veículos de combate de
infantaria, sistemas de guerra eletrônica, mísseis e veículos aéreos não
tripulados.
Por meio de
controles de exportação de equipamentos de extração de petróleo e gás, o Departamento
de Comércio dos EUA vai impor restrições às exportações de tecnologia que
apoiariam a capacidade de refino da Rússia a longo prazo.
"Os Estados
Unidos e nossos aliados e parceiros não têm interesse estratégico em reduzir o
fornecimento global de energia – e é por isso que reduzimos os pagamentos de
energia de nossas sanções financeiras. Mas nós e nossos aliados e parceiros
compartilhamos um forte interesse em degradar o status da Rússia como principal
fornecedor de energia ao longo do tempo", informou o governo
norte-americano.
Em relação à
Bielorússia, as restrições anunciadas prometem "sufocar" a importação
bens tecnológicos. Na prática, o Departamento de Comércio dos EUA estenderá as
rigorosas políticas de controle de exportação implementadas para a Rússia para
a Bielorrússia.
"Essa ação
ajudará a evitar o desvio de itens, tecnologias e software da Bielorrússia para
a Rússia e degradará significativamente a capacidade de ambos os países de
sustentar sua agressão militar e projeto de poder", destacou a Casa
Branca.
Isolamento político e financeiro
Mais cedo, a
Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução que condena a invasão russa,
durante sessão extraordinária da assembleia-geral, em Nova York. A resolução,
que não tem poder legal, pede que a Rússia retire suas tropas. Apesar de não
ser uma medida concreta, a decisão tem um poder político muito grande e
evidencia o isolamento russo.
No
último sábado (26), países ocidentais já haviam anunciado o
congelamento de reservas internacionais da Rússia. Além disso, bancos russos
estão sendo desligados da plataforma Swift, um sistema de pagamentos entre
instituições financeiras de mais de 200 países, coordenados pelos bancos
centrais das dez maiores economias do mundo. Essa medida complica ainda mais o
funcionamento do sistema financeiro russo, ao atrasar o pagamento de transações
comerciais e financeiras.
Por: Pedro Rafael
Vilela - Brasília Edição: Maria Claudia - Agência Brasil