Segunda-feira, 27 de junho de 2022
Conversa com
mediadora do Tribunal de Justiça do Amapá gerou reconciliação de Max e
Marcielle. Casamento Civil aconteceu em Pedra Branca do Amapari.
Max Tony Matheus dos Santos e Marcielle Lima Santos no casamento civil. (Foto: Tjap/Divulgação)
O que era para ser o fim de um relacionamento de mais de 10 anos se
tornou um recomeço na vida do casal Max Tony Mateus dos Santos e Marcielle Lima
Santos. Na segunda-feira (20), eles iriam assinar a dissolução da união
estável, mas uma conversa com servidores do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap)
fez os companheiros desistirem do término e mais do que isso: eles se casaram
no dia seguinte.
O fato inusitado ocorreu esta semana no fórum da cidade de Pedra Branca
do Amapari, no Centro-Oeste do Amapá. O casal chegou a ir até a Comarca para a
assinatura da dissolução da união estável, mas após diálogo com servidores
aconteceu a decisão pelo casamento civil.
O Tjap explicou que o casal foi recebido na segunda-feira (20) pela
mediadora Nilce Ferreira e o conciliador Elivaldo Silva, que perceberam que
ainda havia bons sentimentos entre o casal e, por isso, usaram técnicas de
constelação familiar e círculo restaurativo para que Max e Marcielle se
reconciliassem.
"A gente viu que ainda existia algo em comum entre nós dois. Aí ela
[mediadora] perguntou: 'vocês querem casar hoje?'. Nós respondemos que não, que
não dava. Aí ela falou: 'vão para casa, relaxem e quando for amanhã vocês vêm
bem arrumadinhos'. Aí no outro dia a gente voltou ao Fórum e eles tinham
organizado casamento, comprado bolo e fizeram a cerimônia", disse a
esposa.
O casamento foi uma surpresa para ambos, mas eles conversaram e decidiram dar
esse novo passo na relação.
"Foi tudo bem surpresa, ninguém esperava, mas foi algo muito
emocionante. A conciliadora teve a sensibilidade em ver que ainda existia um
sentimento entre nós dois. Algo que a gente não estava conseguindo ver, ela
conseguiu em um único dia e poucas horas de conversa", completou.
A mediadora Nilce Ferreira explicou que o casal estava separado há um
ano, mas tentava a reconciliação. Com isso, a profissional conseguiu que os
companheiros optassem pela conversão da união estável em casamento.
"Percebi que ainda existia amor entre os dois, que estavam muito
emocionados. Expliquei todo o procedimento de conversão para o casamento e o
fato foi comunicado à juíza da Comarca, que se colocou à nossa disposição”,
relatou.
Cerimônia de casamento entre Max e Marcielle — Foto: Tjap/Divulgação
Eletricista de máquinas pesadas, Max falou que
resolveu dar uma segunda chance para a relação com Marcielle porque percebeu
que ainda é apaixonado por ela.
"Ainda existia amor entre eu e a minha
esposa. Eu queria voltar e ela também, aí demos uma chance um para o outro. A
gente sempre quis casar, mas nunca tinha tido a oportunidade", comentou.
Há 11 anos em união estável, desde março o
casal havia voltado a viver na mesma casa. No entanto, devido a problemas
pessoais, Marcielle disse que não havia um bom diálogo com o companheiro.
"Nesse dia que a gente foi ao Fórum que a
gente conseguiu conversar mesmo. A gente nunca tinha tido nenhum tipo de
conversa, porque aconteceram muitas coisas, eu fiquei doente, minha filha
engravidou, meu filho foi morar em outro estado e tudo isso fez eu ir me
fechando", disse Marcielle.
Max e Marcielle com juíza Fabiana Oliveira que realizou casamento — Foto: Tjap/Divulgação
O casal não tem nenhum filho junto. Max tem
dois filhos de 13 e 15 anos, já Marcielle é mãe de dois meninos de 15 e 18 anos
e de uma menina de 17 anos.
A esposa contou que um dos fatores que causou
o desgaste na relação foi o pouco tempo que o casal dedicava para a família.
Por isso agora os planos são de passarem mais tempo ao lado dos filhos e
viajando juntos.
"Nosso plano daqui para frente é curtir
mais a família, porque a gente só falava em trabalho, trabalho, trabalho...
Agora a gente quer fazer uma viagem para curtir a nossa família, junto com os
nossos filhos. A gente não tinha esse momento e meu esposo sempre cobrava, mas
nunca dava", contou.
Bolo do casamento entre Marcielle e Max — Foto: Tjap/Divulgação
Após a situação curiosa no Fórum de Pedra
Branca do Amapari, Marcielle descobriu a importância do diálogo na relação
amorosa e orienta outras casais a buscarem ajuda antes da decisão pelo término.
"Se o casal tiver passando por problemas,
uma terapia ajuda, sim. No nosso caso foi muito importante a conversa que a
gente teve com o pessoal do Tribunal de Justiça. Se tem amor, por que não dar
uma chance? A família é importante. Uma simples conversa fez toda a diferença",
opinou.
Por: g1 Amapá, Macapá