Mundo vive Terceira Guerra Mundial 'em partes', diz o
Papa Francisco
Sábado, 13 de Setembro de 2014
O Papa
Francisco disse neste sábado (13) que todas as guerras são "uma loucura",
em uma cerimônia na Itália, para lembrar o centenário do início da Primeira
Guerra Mundial.
"Depois
de contemplar a beleza da paisagem de toda essa região, onde trabalham homens e
mulheres, brincam as crianças e sonham os anciãos, só me ocorre uma coisa: a
guerra é uma loucura que cresce destruindo e estragando tudo, até a relação
entre irmãos e o mais formoso que Deus criou, o ser humano", disse o Papa
no cemitério militar de Floriano Redipuglia.
"Ainda
hoje, após o segundo fracasso de outra guerra mundial, podemos talvez falar de
uma Terceira Guerra guerreada "por partes", com crimes, massacres,
destruições", disse.
"Aqui
há muitas vítimas, e daqui nos lembramos de todas as vítimas de todas as
guerras. Ainda hoje continua havendo muitas vítimas. Como é possível? É
possível porque nos bastidores há interesses, planos geopolíticos, avidez de
dinheiro e de poder, está a indústria de armas, que parece ser
importantíssima", disse.
O Papa
também fez uma declaração contra a indiferença ao lembrar a resposta de Caim ao
ser questionado por Deus pelo paradeiro de Abel: "A mim me importa? Acaso
sou eu o guarda do meu irmão?".
"Com
coração de filho, de irmão, de pai", o Papa pediu que a humanidade passe
desse "A mim me importa?" para "o pranto, a reação contra o belicismo
porque a humanidade tem necessidade de chorar, e esta é a hora".
Fogliano
Redipuglia é uma cidade do nordeste da Itália próxima à fronteira com a
Eslovênia que teve um dos mais violentos fronts da Primeira Guerra Mundial.
Ali estão
dois cemitérios em que jazem combatentes dos dois lados em conflito naquele
front: o império austro-húngaro e a Itália.
A intenção
do Papa foi a de invocar a paz e orar pelos caídos em todos os conflitos
bélicos e simbolicamente visitou os dois cemitérios para honrar os soldados
mortos de todos os lados.
Em seguida
ele celebrou a missa no sacrário de Redipuglia, uma colossal arquibancada de
pedra coroada por três cruzamentos construída a mando de Benito Mussolini em
1938 e que hoje em dia constitui o maior monumento aos caídos de guerra de todo
o país.
G1