Sábado, 04 de Abril de 2015
Ao pedir
aposentadoria, marceneiro descobriu que estava 'morto'.
Defensoria Pública acionou a justiça para anular certidão de óbito.
Sem conseguir um emprego ou ter direito a aposentadoria,
o marceneiro Bento Henrique Alves, 65 anos, tenta provar que está vivo. Ao dar
entrada no pedido do benefício no Instituto Nacional da Seguridade Social
(INSS), o idoso descobriu que foi declarado morto há cerca de 20 anos. A
Defensoria Pública acionou a justiça da Paraíba para anular a certidão de
óbito.
A suposta morte natural dele foi declarada e autenticada
em cartório. Segundo o juiz Hely Jorge Trindade, que vai julgar o processo na
2ª Vara Cível de Campina Grande, foi feita a citação dos
envolvidos (a ex-mulher do marceneiro e o responsável pelo cartório que emitiu
a certidão). Em seguida, serão analisadas as versões apresentadas.
O idoso conta que foi casado em Campina Grande por três
anos. Há 30 anos foi embora morar em outro estado e, ao completar 65 anos e dar
entrada no pedido de aposentadoria por idade no INSS do Rio de Janeiro,
descobriu que estava "morto".
"Abri conta em banco no Rio de Janeiro e em Recife
(PE), votava em toda eleição e nunca constataram nada. Só o INSS disse que eu
estou morto", disse o idoso. Segundo o homem, a ex-mulher disse que
acreditava que ele estava morto. O cartório emitiu certidão com data, hora,
local e até cemitério de sepultamento. No documento consta como se o marceneiro
tivesse falecido de morte natural, dentro de casa.
A Defensoria Pública pede a anulação da certidão e,
agora, o idoso tenta sobreviver sem dinheiro, sem emprego, por não ter
documentos; e sem apoio da família. "Se alguém me der vida, eu consigo
viver", declarou o marceneiro.
Do G1 PB