Sábado, 23 de Maio de 2015
Em depoimento, detento pede transferência, mesmo
sob risco de morte.
Após decapitação, vídeos feitos por presos circularam nas redes sociais.
Após decapitação, vídeos feitos por presos circularam nas redes sociais.
O preso decapitado dentro do Presídio
Regional do Serrotão, em Campina Grande, tinha feito o pedido para ser transferido para a
unidade prisional onde morreu, mesmo alertado sobre o risco de ser assassinado.
Nesta sexta-feira (22), foi divulgado no JPB 2ª Edição o depoimento do detento
à polícia, quando ainda cumpria pena no presídio do PB1, em João Pessoa.
O juiz de execuções penais de Campina Grande,
Gustavo Tavares, afirmou à reportagem da TV Paraíba que não tinha conhecimento
de que o apenado corria risco de morte.
No depoimento, o detento confessa homicídios praticados
e afirma o desejo de voltar para Campina Grande por causa da proximidade com
sua família. "Eu queria falar para a Justiça de Campina Grande para ver se
eles me davam uma oportunidade de ir para o Serrotão, porque minha família é de
lá. Hoje eu estou no caminho, a palavra diz que Deus faz com que nossos
inimigos se tornem amigos", afirma ele sobre o risco que correria após a
transferência.
Nas imagens divulgadas, câmeras de segurança de uma das
guaritas do presídio do Serrotão e vídeos feitos por outros detentos mostram o
momento em que um dos presos carrega na mão a cabeça da vítima. Em outro vídeo,
outros presidiários gravam a cena também usando celulares livremente no pátio
da unidade prisional. Um preso foi identificado e confessou o crime.
O crime deu origem a
uma rebelião no dia seguinte. Os detentos do Serrotão, iniciaram
um tumulto na manhã do dia 13 e, segundo a Secretaria de Administração
Penitenciária (Seap), o motivo da manifestação seria o cancelamento das visitas
íntimas - medida tomada após a decapitação ocorrida no dia 12.
Na data que aconteceu a rebelião, às 14h30 os presos já
tinham sido recolhidos e a cavalaria da Polícia Militar estava nos pavilhões. O
tumulto foi encerrado por volta das 15h30. O incidente terminou com 20 presos
sendo transferidos daquela unidade e, após uma operação "pente-fino",
pelo menos 51 celulares e espetos artesanais apreendidos.
Do G1 PB