Domingo, 07 de Junho de 2015
Uma auxiliar contábil foi presa, acusada de ter assassinado o
filho, recém-nascido, na madrugada desta terça-feira (02), em Vitória. Michelle
Ribeiro Passos, de 27 anos, confessou ter dado uma tesourada do bebê, logo após
o parto. Ela teve alta do hospital nesta quarta e, em seguida, foi presa.
Segundo a
polícia, o golpe atingiu em cheio o coração da criança, que morreu na hora. A
acusada, que estava grávida de oito meses de seu primeiro filho, alegou que
cometeu o crime por medo de perder o marido, que não queria que ela tivesse a
criança.
À princípio,
Michelle havia dito que a morte da criança havia sido acidental. Ela disse que
o parto aconteceu no banheiro da casa dela, no bairro Itararé, na capital, no
momento em que ela estava no vaso sanitário.
A acusada
alegou que, como está acima do peso, não desconfiou da gravidez e só soube da
criança quando ela nasceu. Michelle disse que ainda tentou cortar o cordão
umbilical com uma tesoura. No entanto, por acidente, teria matado a criança. A
polícia não acreditou na versão da mulher e descobriu que ela já sabia da
gravidez.
“Desde o
início a gente sabia que ela estava mentindo, por causa da lesão no coração que
o bebê apresentava. Só que a gente ainda não tinha os indícios concretos para
confrontá-la com essa versão que ela tinha apresentado. Então nós fomos
reunindo todas as provas, todos os indícios de que o neném estava vivo e que
ela tinha fraudado um exame de gravidez negativo, que ela tinha nos
apresentado. Quando ela não tinha mais como negar o caso, assumiu que de fato
deu à luz seu filho na madrugada de ontem no banheiro de sua casa e, logo em
seguida, pegou uma tesoura e enfiou no coração de seu filho”, contou a delegada
Nicolle Perúsia, da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Vitória.
De acordo com
a polícia, ela havia falsificado um exame de gravidez, no início de maio, para
que a família não soubesse da criança. Michelle foi levada para a Divisão de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde confessou o crime.
“Eu acredito
que ela planejou toda a ação porque o marido não queria ter mais filhos,
segundo ela. Ele tinha externado esse desejo de, no momento, não ter mais
filhos, porque ele tinha um filho recém-nascido, de um outro relacionamento, e
uma filha, já de 12 anos. Acho que ela quis, com medo de perder o marido, se
livrar da criança”, disse a delegada.
Nicolle
Perúsia acredita que a acusada premeditou o crime. “Ela foi uma pessoa
extremamente fria. Isso foi algo que me surpreendeu durante todo o processo de
investigação até a prisão dela, porque ela não esboçou nenhuma reação. Não parecia
que ela tinha acabado de perder um filho recém-nascido. E isso nos causou um
certo asco, de ver uma mulher tão fria diante de ter assassinado seu próprio
filho, um recém-nascido que tinha um minuto de vida praticamente”.
A acusada foi
autuada por homicídio qualificado, por motivo torpe, além de falsificação de
documento. A pena pode variar de 12 a 35 anos de prisão. Michelle foi levada
para o Centro de Triagem de Viana.
Com
R7