Domingo, 16 de Agosto de 2015
“Nem saio mais. Fico do quarto para a cozinha, da cozinha para o
quarto; é muito doloroso”, diz estudante que teve foto e contatos divulgados em
falsos cartazes de prostituição espalhados nas ruas e nas redes sociais
A Polícia
Civil investiga um caso de difamação contra uma estudante universitária de 23
anos. Cartazes associados à prostituição foram colados com os dados de Bruna
Souza Brito na região onde ela trabalha.
Posteriormente,
as imagens foram parar nas redes sociais e a jovem passou a receber mensagens
de supostos clientes do mundo todo. Os números dos celulares dela e da empresa
foram colocados nos cartazes.
“Eu fico do
quarto para cozinha, da cozinha para o quarto. Eu não consigo nem ter vontade
de sair, é muito doloroso. Você não consegue ter vontade de fazer nada. Eu nem
saio mais, minha mãe diz que a cama já tem até a minha marca”, desabafou a
jovem em entrevista ao jornal Extra.
O pesadelo de
Bruna começou em maio, quando ela passou a receber ligações de homens
interessados nos serviços divulgados. Um desses supostos clientes avisou sobre
o cartaz e a estudante tentou amenizar a situação, retirando os anúncios com a
ajuda de amigos. Mas a estudante perdeu o controle da situação quando a imagem
do falso cartaz passou a circular em redes sociais e no WhatsApp, há uma
semana.
“Quando isso
começou, eu ainda consegui trabalhar por umas duas semanas porque, até então,
ninguém sabia. Foi depois das primeiras ligações que comecei a arrancar todos
os cartazes, com ajuda de amigos do trabalho. O resto da empresa ficou sabendo
do falso anúncio na semana passada, quando foi compartilhado na internet. O
pessoal da minha faculdade também recebeu e eles entraram em desespero.
Começaram a me ligar e mandar mensagens, porque eles sabem que eu não sou nada
do que estava sendo anunciado ali”, afirma Bruna.
A estudante
acredita que a inveja dentro do ambiente de trabalho tenha motivado a criação
do cartaz falso. Em menos de um ano, ela conta que ganhou destaque na empresa,
virando garota-propaganda, e pelo serviço social que faz, desde os 14 anos, de
ajuda a moradores de rua.
“Eu tinha
quatro meses na empresa quando fiz uma viagem a trabalho para o Rio de Janeiro.
Pouco depois, teve o caso de um morador de rua que eu ajudei a encontrar a
família, que teve um certo destaque na mídia lá na Bahia. E, quando isso
aconteceu, eu acredito que gerou uma certa inveja no meu local de trabalho. Eu
procuro sempre fazer o bem mas, infelizmente, como me disseram, quando você faz
o bem, acaba gerando inveja nas pessoas”, conclui a estudante.
Jornal Extra