O ano de 2015 ainda nem
terminou, mas os brasileiros já estão sendo “presenteados” com os percentuais
de reajustes para 2016. As contas de água, energia elétrica, IPTU, TCR e até
mesmo as taxas dos Correios vão sofrer aumentos e, consequentemente, diminuir
ainda mais o poder de compra dos consumidores. A situação torna-se mais
complicada para quem sobrevive com o salário mínimo que, de acordo com o anunciado
pelo Ministério do Planejamento, deverá ser de R$ 865,50 a partir de fevereiro
do próximo ano – o que significa um aumento de 9,84%.
Por sua
vez, a tarifa de água na Paraíba poderá sofrer aumento de R$ 6,09 por mês para
os usuários residenciais que consomem até 10m³ de água, ou seja, saindo de R$
26,93 para R$ 33,02. Para os imóveis que possuem os serviços de água e esgoto,
a tarifa proposta é de R$ 59,44, um aumento de 22,63%. Pelo quinto ano
consecutivo, os clientes inscritos no programa Tarifa Social não serão afetados
pelo reajuste, permanecendo o valor de R$ 11,62 para serviços de água e esgoto.
Considerando
que a inflação do IPCA em novembro, divulgada na última quarta-feira pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 10,48%, o
provável reajuste do salário mínimo – que atualmente é de R$ 788 – nem ao menos
vai cobrir o índice inflacionário. Só o Imposto Predial e Territorial Urbano
(IPTU) e a Taxa de Coleta de Resíduos (TCR) de João Pessoa deverão ser
reajustados em 10,48% cada.
Além
disso, a bandeira tarifária da energia elétrica vai continuar vermelha pelo
menos até abril do próximo ano. Ou seja, um custo adicional de R$ 4,50 para
cada 100 quilowatt-hora consumido. O reajuste tarifário anual da Energisa
Paraíba será somente em agosto, mas o da Energisa Borborema – que atende
Campina Grande e mais cinco municípios do estado – será já em fevereiro.
Serviços postais ficam mais caros
Ontem, o
Diário Oficial da União publicou portaria autorizando o aumento das tarifas dos
serviços postais e telegráficos, nacionais e internacionais, prestados
exclusivamente pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). A correção
das tarifas, como as de entrega de cartas e telegramas, será 8,89% e ajudará a
diminuir o déficit no orçamento da estatal, que deve chegar a R$ 2 bilhões até
o fim do ano.
Para o
economista Celso Mangueira, o crescente índice inflacionário aliado aos
reajustes das taxas administradas, além de outros serviços, afeta de maneira
diferente de acordo com os níveis de renda. “O IPCA mede até 41 salários
mínimos, enquanto o Dieese vai até dez. Com os reajustes das tarifas, o aumento
do salário mínimo já vai chegar defasado. Quanto maior a inflação, maior o
nível de pobreza, ou seja, aumenta a quantidade de pessoas pobres”, disse.
Dessa
forma, o economista explicou que as medidas de contenção dos gastos que muitos
já iniciaram terão de ser ainda maiores.
Momento difícil
O
economista Celso Mangueira ainda observou que o país encontra-se num processo
de aumento do desemprego. “Antes, o seguro desemprego permitia sobreviver por
um determinado período. Agora, não há mais essa possibilidade. O que temos pela
frente é um cenário que não é dos melhores. Estamos vivendo um 2015
extremamente difícil e o cenário para 2016 não é dos melhores, ainda mais com o
governo sinalizando esses aumentos”, concluiu Celso Mangueira.
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