Sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016.
Se estiver com
raiva ou triste, não dirija. Essa é recomendação de um estudo publicado na
revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
A pesquisa, realizada por cientistas do Instituto de Transportes da Virginia
Tech, nos Estados Unidos, mostrou que dirigir quando se está com o estado
emocional alterado é muito mais perigoso do que distrações, como usar o
telefone ou o painel de entretenimento do carro.
Para chegar a estas
conclusões os pesquisadores analisaram dados de 905 acidentes graves e mediram
os riscos com a direção. Os veículos envolvidos nos acidentes faziam parte do
Programa de Direção Naturalista e eram equipados com radares, câmeras e sensores.
Isso permitiu que os autores tivessem acesso a informações detalhadas sobre a
dinâmica dos acidentes.
Os resultados mostraram que fatores
relacionados ao motorista, como fadiga, erro, alterações emocionais e
distração, estavam presentes em quase 90% das colisões. Os autores concluíram
também que distrações, como falar o telefone ou o painel de entretenimento do
veículo, dobram as chances de colisões. Dirigir com o estado emocional
visivelmente abalado aumenta esse risco em 9,8 vezes. As ações que mais
aumentam o risco de acidentes de trânsito são: digitar no celular (12 vezes),
guiar bem acima dos limites de velocidade (13 vezes) e dirigir drogado ou
embriagado (35 vezes).
"Sabemos há
anos que fatores relacionados ao motorista estão presentes na maioria dos
acidentes, mas esta é a primeira vez que fomos capazes de determinar
definitivamente a extensão da contribuição de cada fator nos acidentes.",
disse Tom Dingus, principal autor do estudo e diretor do instituto.
Por outro lado,
para surpresa dos pesquisadores, aplicar maquiagem enquanto dirige ou ficar
muito próximo ao veículo da frente praticamente não estiveram presentes nos
acidentes analisados. Já interagir com crianças que estão sentadas no banco
traseiro mostrou ter um efeito protetor, diminuindo a probabilidade de risco.
"Nosso
objetivo é identificar esses riscos para ajudar na criação de medidas
necessárias para garantir a segurança dos usuários de transportes
terrestres", concluiu Dingus.
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