Quarta-feira, 30 de Março de 2016.
Os taiwaneses dizem que este tipo de crime não costuma ocorrer na pequena ilha, o segundo lugar mais seguro do mundo, de acordo com estudos internacionais.
"Não é um problema criminal, mas social", disse à BBC Huang Tsung-jen, subdiretor geral da Polícia Nacional da ilha.
"Toda rede de segurança, proteção e amparo da sociedade apresenta fissuras. Deveríamos nos perguntar se temos recursos suficientes para ajudar os desempregados e doentes mentais", disse Huang, que pediu calma à população.
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O suspeito de decapitação tinha
uma história de delitos relacionados a drogas, estava desempregado há um tempo
e havia procurado tratamento psicológico.
De
qualquer forma, Huang Tsung-jen disse à BBC que o sistema de prevenção de
delitos em Taiwan é bom e a taxa de criminalidade caiu significativamente até
uma cifra mínima recorde no ano passado.
Mas isso
não acalmou as pessoas. Após o assassinato, legisladores propuseram
imediatamente uma lei para condenar à morte os que matam crianças
aleatoriamente.
Organismos
internacionais condenam Taiwan pela manutenção da pena de morte, mas a maioria
dos taiwaneses a apoiam. E este último ataque fez com que seja aplicada em
ainda mais casos.
Os ataques
aleatórios cometidos por jovens nos últimos anos - o assassinato de uma garota
na escola, de um menino em uma banheiro público e quatro mortes por
apunhalamento no metrô - fizeram com que aumentassem as dúvidas sobre os
problemas da juventude em Taiwan.
Muitos
acreditam que os valores adequados não estão sendo transmitidos a eles e que
eles são submetidos à pressão excessiva para que tenham sucesso. Além disso,
teriam perdido vínculos familiares.
BBC Brasil