Quinta-feira, 03 de Março de 2106.
Certo dia Jesus foi interrogado
pelos religiosos do seu tempo sobre quando viria o reino de Deus. Mais
especificamente pelos fariseus, que era um tipo de classe religiosa que se
achava superior as demais (qualquer semelhança com algumas pessoas
hoje em dia pode não ser mera coincidência). Ao que Jesus
respondeu: “O
Reino de Deus não vem com aparência exterior; nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo
ali! Pois o Reino de Deus está dentro de vós”. (Lucas 17.20-21).
Na
versão King James diz assim: Certa
vez, interrogado pelos fariseus sobre quando se daria a vinda do Reino de Deus,
Jesus lhes explicou: “Não vem o Reino de Deus com visível aparência. Nem haverá
anúncios: ‘Ei-lo aqui!’ Ou: ‘Lá está!’. Pois o Reino de Deus já está entre vós”.
Demonstrando que o Filho de Deus, o Rei dos reis, já estava agindo no meio do
povo convocando Seus súditos. E os fariseus nem perceberam. A religiosidade
sempre cega.
O que
Jesus estava ensinando era que o Reino de Deus, ou o Reino dos Céus não tem
aparência física. Não acontece nas exterioridades religiosas. O Reino de Deus
não tem endereço ou geografia. Não está em um tempo, mesmo que fora dele esteja
escrito: “Reino de Deus”. O verdadeiro Reino não tem templo feito de tijolos.
Ele acontece no coração. Ele nasce na interioridade do ser, nas regiões
abissais da alma. Não na exterioridade religiosa. E os cidadãos desse reino são
aqueles que nasceram de novo, nasceram do Pai (João
3.3,5,6).
Em
outras palavras: o Reino de Deus não são as instituições religiosas. O Reino de
Deus transcende as paredes eclesiásticas. Muitas pessoas ficam presas em
instituições como se elas fossem o Reino de Deus. Uma pessoa certa vez me
disse: “Sei que minha igreja não prega a
verdade, que muitas vezes ensina coisas contrárias ao evangelho, mas não
consigo me desprender dela. Sinto que se sair de minha igreja estarei saindo do
Reino de Deus”. Nada
mais enganoso do que isso. Uma instituição religiosa, seja ela qual for, pode
até fazer parte do Reino, mas não é o Reino em si. Nenhum grupo pode se colocar
como a porta do céu.
O
problema é que muitas vezes as instituições eclesiásticas têm se colocado como
porta e caminho da salvação. E muitos líderes apregoam que somente eles estão
certos e quem sair do convívio desses “iluminados” estará indo diretamente para
o inferno. Instituição, igreja, templo, denominação, nada disso é o caminho. O
caminho é só um, Jesus de Nazaré. Foi ele mesmo que disse: “Eu sou o caminho, e a verdade e a
vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14.6).
Deixe-me
ser mais claro: uma organização tem sim sua importância se for agente de
divulgação dos princípios do Reino. Mas há uma enorme diferença entre servir ao
Rei Jesus numa organização e ser servido em nome desse rei – muitas vezes se aproveitando da
ignorância bíblica do povo. Se não tivermos cuidado, perderemos de
vista a diferença entre a igreja como organismo e a igreja como uma organização. Uma pessoa pode estar no “organismo” mas não na “organização” ou vice-versa. Muitas seitas confundem tudo.
Reino de Deus não é organização, embora seja organizado.
Na
história da Igreja, muitas vezes, ela passou de organismo para organização e desenvolveu uma paixão por
proeminência, poder e posições. Entenda de uma vez: a igreja não transforma as
pessoas, como um carro velho não fica novo entrando numa oficina; mas o dono da
Igreja transforma, como um bom lanterneiro. No Reino de Deus há descanso, na
religiosidade há opressão e cansaço. Você tem descansado na sombra do Reino de
Deus? Vida nova só acontece se você se encontra com o Mestre dos mestres. Sem
Ele toda caminhada será apenas de garagem em garagem…
Coluna do Pastor Antônio
Pereira Jr. e Pastor 1ª Igreja Congregacional de Guarabira. Para o Portal Nordeste 1
