Domingo, 27 de Março de 2016.
O papa Francisco condenou ontem (25), durante
oração após a cerimônia da Via Sacra, o fundamentalismo, o terrorismo, as
guerras e os corruptos. Ele também denunciou a destruição do meio ambiente, em
detrimento das futuras gerações, e os mares que se tornaram “cemitérios
insaciáveis”. No Coliseu de Roma, o papa rezou pelos idosos abandonados, pelas
pessoas com deficiência e pelas crianças desnutridas.
Como sinal de esperança, Francisco citou as pessoas que
sonham “com um coração de criança” e que trabalham para tornar o mundo um lugar
melhor, mais humano e mais justo.
Ao longo da tarde de sexta-feira, dezenas de milhares de
pessoas entraram no Coliseu, depois de terem passado por fortes controles de
segurança. O evento recria o caminho feito por Jesus, ao carregar a cruz desde
o Pretório de Pilatos até o Monte Calvário.
Sentado em um trono vermelho, ao lado de uma grande cruz de
metal, iluminada com tochas, o papa, de 79 anos, escutou um longo discurso
escrito pelo cardeal italiano Gualtiero Bassetti, arcebispo de Perugia, no
centro da Itália.
Dois sírios, um russo, um chinês e um centro-africano foram
os escolhidos para transportar uma cruz de madeira pela histórica arena, onde
morreram milhares de cristãos, durante o Império Romano.
Via Sacra
A Via Sacra compreende 14 estações, cada uma delas
apresentando uma cena da Paixão. O título da Via Sacra deste ano foi Deus é
misericórdia. No discurso, o cardeal Gualtiero Bassetti afirmou que, diante do
medo, da dor, das perseguições e da violência, a misericórdia é o canal da
graça de Deus.
O texto sugeriu meditações sobre perseguições e a violência
que atingiram a humanidade no passado e a atingem também hoje. Houve ainda
referências aos cristãos perseguidos, ao holocausto dos judeus na II Guerra
Mundial e ao drama dos migrantes. Tratou também do sofrimento das famílias em
crise e do desemprego.
A meditação, que antecedeu a intervenção do papa Francisco,
recordou o drama dos judeus mortos nos campos nazistas. “Onde está Deus nos
campos de extermínio? Onde está Deus nas minas e nas fábricas onde as crianças
trabalham como escravas? Onde está Deus nos barcos improvisados que se afundam
no mar?”, questionou o arcebispo de Perugia.
Coleta
Todos os anos, a Congregação para as Igrejas Orientais envia
uma carta convocando os fiéis a participarem da Coleta para a Terra Santa,
tradicional recolhimento de donativos de Sexta-Feira Santa, dia em que a Igreja
celebra a Paixão de Cristo.
Segundo a Congregação, há uma dívida de gratidão com as
igrejas do Oriente, porque, além de ser a terra natal de Jesus, com elas foi
aprendida a importância do diálogo ecumênico e interreligioso.
O prefeito da Congregação, cardeal Leonardo Sandri, informou
que a Igreja Católica exprime, por meio da oração e do ofertório, o alento às
comunidades dos fiéis e aos lugares santos, sobretudo ao dramático momento
vivido pelo Médio Oriente.
Terra
A Via Sacra compreende 14 estações, cada uma delas apresentando uma cena da Paixão. O título da Via Sacra deste ano foi Deus é misericórdia. No discurso, o cardeal Gualtiero Bassetti afirmou que, diante do medo, da dor, das perseguições e da violência, a misericórdia é o canal da graça de Deus.